Vitor Nuzzi, Rede Brasil Atual – Nos 60 anos do golpe, que se completam segunda-feira (1º), o Canal Brasil preparou extensa programação com filmes, entre longas, curtas e documentários, que têm a ditadura como tema. A programação (veja abaixo) começa na própria segunda, logo às 7h, com o clássico documentário Jango, de Silvio Tendler, lançado em 1984, o ano das Diretas Já, ainda antes do fim formal do ciclo autoritário.
A mostra Ditadura nunca mais traz ainda outros filmes bastante conhecidos, como Cabra marcado para morrer, de Eduardo Coutinho. As filmagens foram interrompidas justamente por causa do golpe de 1964 e retomadas apenas décadas depois. Tem também Lamarca, de 1994, com Paulo Betti no papel principal, sobre o capitão que foi para a guerrilha e morreu no s ertão da Bahia em 1971.
Tortura na tela – Um filme que causou alvoroço em seu lançamento foi Pra Frente Brasil, dirigido por Roberto Farias, com Reginaldo Faria e Antônio Fagundes no elenco. A história de um cidadão preso por engano chocou pelas cenas explícitas de tortura. O ano era 1982, ainda na ditadura, e o presidente da Embrafilme era Celso Amorim, que foi demitido.
O inédito curta Meio-dia, de Helena Solberg, conta a história de jovens que se rebelam contra o professor. Outro curta, Trago Notícias de Fernando, de Jáder Barreto Lima, reconstitui a trajetória do dominicano Fernando de Brito. Nesse sentido, Batismo de Sangue (2007), dirigido por Helvécio Ratto, conta a história do envolvimento dos dominicanos com Carlos Marighella. O longa se baseia em livro homônimo de Frei Betto.
Marighella e os Estados Unidos – O militante Marighella é tema de um documentário, mas o filme dirigido por Wagner Moura não está na lista. É uma ausência sentida, assim como obras como O ano em que meus pais saíram de férias (Cao Hamburger, 2006) e Cara ou Coroa (Ugo Giorgetti, 2012).
Mais recente, O dia que durou 21 anos (2013), de Camilo Tavares, mostra as origens do golpe e o envolvimento explícito dos Estados Unidos. Também baseado em livro (de Fernando Gabeira), O que é isso, companheiro? (direção de Bruno Barreto) narra o sequestro do embaixador dos Estados Unidos, Charles Burke Elbrick, em 1969.
Confira a programação.
1º de abril
7h – Jango
9h05 – Democracia em Preto e Branco
10h35 – Lamarca
12h45 – Cadê Heleny?
13h45 – Diário de Aquário
15h45 – Ana. Sem Título
17h35 – Que Bom te Ver Viva
19h15 – Cadê Heleny?
19h45 – Torre das Donzelas
21h25 – Fico Te Devendo Uma Carta Sobre O Brasil
22h55 – A Entrevista
23h15 – Meio-Dia (inédito)
23h30 – O Pastor e o Guerrilheiro
01h30 – Pra Frente Brasil
3h25 – O Desafio
5h05 – Marighella (doc)
6h45 – Cadê Heleny?
Dia 2/04
7h20 – Giocondo Dias – Ilustre Clandestino
8h55 – Canções do Exílio
12h05 – Diário de Aquário
12h40 – A Entrevista
13h – Meio-Dia
13h45 – Memória Sufocada
15h05 – O Dia que Durou 21 Anos
16h20 – O Grande Irmão – O dia que durou 21 anos II
17h50 – Setenta
19h30 – O Que É Isso, Companheiro?
21h25 – Ação Entre Amigos
22h40 – Trago Notícias de Fernando (inédito)
22h55 – Batismo de Sangue
0h50 – Lamarca
3h – O Pastor e o Guerrilheiro
5h – Que Bom te Ver Viva
6h40 – Tá Rindo de Quê? – Humor e Ditadura
Dia 3/4
8h05 – A Entrevista
8h30 – Marighella (doc)
10h10 – Libelu – Abaixo a Ditadura
11h45 – Memórias do Grupo Opinião
13h45 – Meio-Dia
14h – Cabra Marcado para Morrer
16h – Jango
17h55 – Dossiê Jango
19h40 – Memória Sufocada
21h – Codinome Clemente (inédito)
22h45 – Sonhos e Desejos
0h20 – Tatuagem
2h15 – Ação Entre Amigos
3h30 – Cabra Marcado para Morrer
5h35 – Utopia Distopia
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Fonte: WSCOM