Mais um lamentável episódio de xenofobia no futebol aconteceu no último sábado, na partida entre Ferroviária e Sousa, pelo mata-mata do acesso da Série D. Segundo o relato de atletas, membros da comissão técnica e dirigentes do Dinossauro, um grupo de torcedores da Locomotiva passou toda a partida desferindo termos como “miseráveis” e “mortos de fome” para o banco de reservas do Alviverde paraibano.
Na nota do clube diz que, além dos termos ditos anteriormente, também foi possível ouvir frases como “vocês estão vendo água pela pela primeira vez”, e que durante o jogo o lateral-esquerdo Erick Maceió foi chamado de “índio” várias vezes, de forma pejorativa.
“Não pode haver mais espaço no futebol e em nenhuma área da sociedade para qualquer tipo de preconceito, seja ele xenofóbico, homofóbico, racista, misógino ou de natureza qualquer. Não podemos tolerar nem nos calar”, disse um trecho da nota.
Vale lembrar que xenofobia é crime. Está previsto no artigo 20 da Lei 7.716/89, que é a Lei de Combate ao Racismo. Quem comete xenofobia está sujeito à reclusão de um a três anos, além de multa.
Segundo Aldeone Abrantes, presidente do Sousa, o jurídico do clube ainda está estudando se entrará com uma denúncia junto à CBF, pois os atos não foram registrados em imagens, e só o relato dos atletas seria insuficiente.
“Foi o jogo inteiro de insultos. Ouvindo os atletas hoje pela manhã, aumentou minha indignação. Daniel Costa me falou o que ouviram, é revoltante…”, disse o presidente do Sousa.
Ainda segundo Aldeone, um integrante da de arbitragem teria visto e ouvido tudo, mas nada foi relatado na súmula da partida.
“Complicado é que o quarto árbitro ouvia tudo e fazia como imagem de Cristo no quarto de mundana. Via, ouvia tudo, e não fazia nada”, finalizou.
A Ferroviária venceu a partida por 1 a 0 e tem a vantagem do empate no jogo da volta. A partida decisiva acontece no próximo domingo, às 15h, no Estádio Marizão, em Sousa.
Confira a nota do Sousa completa:
O Sousa Esporte Clube condena atos de xenofobia cometidos na partida deste sábado, contra a Ferroviária. Um pequeno grupo de torcedores se aproximou do nosso banco de reservas e começou a gritar palavras como “miseráveis” e “mortos da fome” e chamando nosso atleta Maceió de “Índio” e que estávamos vendo água pela 1ª vez.
Não pode haver mais espaço no futebol e em nenhuma área da sociedade para qualquer tipo de preconceito, seja ele xenofóbico, homofóbico, racista, misógino ou de natureza qualquer. Não podemos tolerar nem nos calar.
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Fonte: Jornal da Paraíba
