Professores, uma servidora e uma estudante da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) viraram alvo de inquérito na Polícia Federal (PF) por falas contrárias ao atual reitor da instituição de ensino, Valdiney Veloso Gouveia. Todos já foram intimados e tiveram que prestar esclarecimentos .
O inquérito investiga supostas ameaças contra a integridade do atual reitor. A bibliotecária Lena Leite Dias disse ao Jornal da Paraíba que prestou depoimento no dia 8 de agosto acompanhada pelo advogado do Sindicato dos Trabalhadores em Ensino Superior do Estado da Paraíba (SintesPB) e pela coordenadora geral Rachel Melo.
Além dela, uma estudante do curso de psicologia e membro do Diretório Central dos Estudantes (DCE) e outros três professores também foram intimados.
De acordo com Lena, a intimação foi em decorrência de uma fala feita durante a reunião do Conselho Universitário (Consuni) em novembro de 2022, onde Valdney foi chamado de “interventor”.
O professor Valdiney Veloso Gouveia foi nomeado reitor da UFPB, pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. A chapa de Valdney estava em terceiro lugar na lista tríplice, sendo a menos votada na consulta pública, desagradando grande parte da comunidade acadêmica.
Os Conselhos da UFPB se reuniram em maio deste ano para avaliar a possível destituição do reitor através das denúncias inseridas em um documento chamado ‘Dossiê da Intervenção da UFPB’. O dossiê afirma, entre outros pontos, que a gestão tem precarizado condições de trabalho e estudantil, e esvaziado atribuições dos conselhos superiores. Além disso, pretendiam mostrar que a atual administração, na verdade, seria fruto de uma “intervenção” do governo do presidente Jair Bolsonaro.
A servidora afirma que em nenhum momento durante a reunião do Consuni ameaçou o reitor ou falou o nome dele, apenas expressou sua opinião pessoal a favor das candidatas eleitas e contrárias a atual gestão.
O Sintespb publicou nas redes sociais nota em defesa dos profissionais intimados e alega que os processos instaurados tem como objetivo perseguir e calar as opiniões contrárias a atual gestão. “A atual gestão da UFPB, imposta à comunidade acadêmica em desrespeito à vontade democrática da maioria, encontrou na intimidação e no assédio um meio de se sustentar, uma vez que não conta com apoio das pessoas que verdadeiramente fazem a UFPB. Por isso, tem recorrido, cada vez mais, a processos jurídicos na tentativa de calar e perseguir aqueles com coragem de criticar”, afirmam.
Outro lado
Através de nota oficial encaminhada à CBN João Pessoa, a UFPB informou que “diante de condutas pouco comuns” de estudantes e servidores, “considerou adequado encaminhar os fatos à Polícia Federal”, para avaliar se o processo deve ser aberto ou não. A universidade disse ainda que não irá comentar ações de outras instituições.
Já a Polícia Federal informou que não falará sobre o caso, porque o inquérito ainda está em andamento.
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Fonte: Jornal da Paraíba