Semana começando: veja os destaques na economia

Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Foto: Arquivo/Agência Brasil

Imposto sobre maconha nos EUA, por que Heineken demorou a deixar Rússia e outros destaques do mercado nesta segunda-feira (28).

**IMPOSTO SOBRE MACONHA GERA US$ 3 BI POR ANO NOS EUA**

Enquanto o STF julga a descriminalização do porte de drogas no Brasil, estados americanos alcançam um faturamento bilionário taxando o comércio da maconha, mostra a correspondente do jornal Folha de S.Paulo no país, Fernanda Perrin.

ENTENDA
A legalização da posse e do uso da maconha para fins recreativos começou nos EUA em 2012, nos estados de Washington e Colorado. Hoje, ele é liberado em 23 estados e no Distrito de Columbia (DC), onde fica a capital do país.

Desses, 20 possuem uma legislação em vigor para taxar a droga, de acordo com o TPC (sigla para Centro de Estudos Tributários do Urban Institute e da Brookings).

EM NÚMEROS
US$ 2,9 bilhões (R$ 14 bilhões) foi o faturamento de 11 estados que arrecadaram impostos específicos sobre cannabis para fins recreativos no ano fiscal de 2022 (de julho de 2021 a junho do ano seguinte).

R$ 10,7 bilhões foi o total arrecadado pelos estados brasileiros com o imposto sobre herança (ITCMD) no ano passado, segundo o Impostômetro.

COMO É A COBRANÇA
Além dos tributos sobre consumo, os estados colocam o uso recreativo de maconha (o medicinal não conta) na lista do imposto seletivo sobre itens específicos, como álcool e cigarro.

É o mesmo tipo de imposto da Reforma Tributária que prevê uma cobrança maior sobre produtos e serviços que prejudicam a saúde e o ambiente, mas que pode acabar reduzindo a alíquota do novo IVA.

A tributação sobre o uso da maconha por estados americanos varia entre três sistemas: um percentual sobre o preço de venda, um valor sobre o peso, ou um valor sobre a potência segundo o nível de THC. Em alguns casos, há sistemas híbridos.

**HEINEKEN ENFIM DEIXA A RÚSSIA**
Mais de um ano depois de ter anunciado que deixaria a Rússia após o país ter invadido a Ucrânia, a Heineken só conseguiu oficializar sua saída do país na sexta (25), quando vendeu suas operações por 1 euro (cerca de R$ 5,26).

A compradora foi a empresa local Arnest Group, dona de um negócio de embalagens de latas e o maior fabricante russo de aerossóis.

EM NÚMEROS
A segunda maior cervejaria do mundo disse que o negócio terá um impacto negativo de 300 milhões de euros (cerca de R$ 1,57 bilhão) em seu balanço deste ano, que ela considerou como “insignificante”.

No ano passado, a cervejaria holandesa teve lucro de 2,68 bilhões de euros (quase R$ 14,1 bilhões).

O QUE EXPLICA A DEMORA
O Kremlin tem exigido descontos maiores nos preços dos ativos que as empresas pretendem vender, disseram fontes à agência Reuters.

A venda pelo preço simbólico de um euro ocorre depois de um decreto da Rússia de abril que autorizou o presidente Vladimir Putin a assumir o controle temporário de ativos de pessoas ou empresas de países considerados “hostis” por Moscou.

Foi o que aconteceu com a subsidiária da Danone, assim como a participação da Carlsberg em uma cervejaria local.

A cervejaria holandesa retirou a sua marca Heineken da Rússia no ano passado e a produção da Amstel deverá ser encerrada dentro de seis meses.

Ela tinha sete cervejarias e 1.800 funcionários no país, que terão seu emprego garantido por três anos.

Foto: Agência Câmara

Foto: Arquivo/Agência Câmara

**STARTUP DA SEMANA: NOMAD**
Fundada em 2019, a fintech funciona como uma conta digital internacional para brasileiros, com cartão de débito para gastos lá fora e uma plataforma para investimentos no exterior.

EM NÚMEROS
A Nomad anunciou na semana passada ter recebido um aporte de US$61 milhões (R$ 297 milhões) em uma rodada série B, que a avaliou em US$ 370 milhões (R$1,8 bilhão).

Essa rodada supera as três anteriores da empresa, nas quais ela havia captado US$ 57,6 milhões (R$ 280 milhões). Os números são do Sling Hub, plataforma de dados sobre o mercado de startups na América Latina.

QUEM INVESTIU
O aporte atual foi liderado pela gestora Tiger Global (que têm em carteira empresas como Nubank, Brex e Open AI).

Investidores antigos da Nomad acompanharam a rodada. Estão nessa lista Stripes, Monashees, Spark Capital, Propel, Globo Ventures e Abstract.

QUE PROBLEMA RESOLVE
O principal serviço da fintech é o cartão de débito internacional. Com ele, os brasileiros pagam 1,1% de IOF sobre as compras feitas lá fora, enquanto despesas realizadas no exterior com cartão emitido aqui, seja em viagens ou compras em sites estrangeiros, têm incidência de 6,38% de IOF.

A Nomad diz ter ultrapassado 1 milhão de clientes em 2023, ano em que atingiu a marca de R$1 bilhão em operações com cartão e mais de R$5 bilhões em transferências internacionais.

POR QUE É DESTAQUE
O aporte na Nomad vem para ela se fortalecer na competição com seus maiores rivais no negócio de conta global, que têm grandes instituições como sócias.

Entre eles, estão Avenue (comprada pelo Itaú), C6 (cujo 40% do capital é do JPMorgan), e empresas cotadas nas Bolsas lá de fora, como as brasileiras Inter e XP e a britânica Wise.

O aporte de US$ 60 milhões na Nomad foi o segundo maior do ano em startups brasileiras quando consideramos investimentos com aquisição de capital, ou seja, sem contar os financiamentos via dívida.

O maior foi o Gympass, que levantou US$ 85 milhões na mesma semana (contamos aqui).

Com a grana, a Nomad diz que seu próximo passo é entrar no mercado de crédito, oferecendo também um cartão de crédito no Brasil.

**VOLTA AO PRESENCIAL AQUECE MERCADO DE ALTO PADRÃO**

Em um sinal de retomada cada vez mais forte do trabalho presencial, o mercado de escritórios registrou resultados positivos no segundo trimestre deste ano.

O movimento é visto principalmente em São Paulo, cidade que concentra esse negócio e onde a procura foi puxada pelas lajes corporativas de alto padrão.

EM NÚMEROS
A absorção líquida (saldo entre as devoluções e contratações) ficou em 43,7 mil metros quadrados em São Paulo de abril a junho, segundo a consultoria Newmark.

Nas regiões que concentram os escritórios de padrão A e AA, o saldo positivo foi de 14 mil m² no último trimestre, de acordo com a JLL.

SINAIS OPOSTOS
A procura pelos escritórios de alto padrão contrasta com a pequena disponibilidade de locais em regiões consideradas mais nobres.

Enquanto a taxa de vacância –indicador de metros quadrados livres para locação– geral fica entre 24,7% (segundo a Newmark) e 25,6% (segundo a JLL), o indicador na região da Faria Lima está entre 6,5% e 7%.

**O QUE MAIS VOCÊ PRECISA SABER**

VIDA PÚBLICA
Salário de servidor custa 8,9% do PIB; juízes e advogados turbinam gastos. Apesar de consenso sobre privilégios que elevam custos, permanecem divergências sobre soluções.

BANCO CENTRAL
Abilio diz que falta ambição no Brasil e Lula não colocará pobre no Orçamento sem crescimento. Em evento com Roberto Campos Neto, empresário diz que não há razão para comemorar.

JUSTIÇA
Justiça manda 123milhas emitir passagens ou reembolsar clientes. OUTRO LADO: Empresa não quis comentar liminar e diz que fornece informações a órgãos de defesa do consumidor; cabe recurso.

(*ARTUR BÚRIGO – FOLHAPRESS)


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Fonte: Paraíba Online

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