Saiba o que é destaque na economia nesta sexta-feira

Foto: Agência Câmara

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Após a Adidas ter exposto publicamente sua encruzilhada sobre o que fazer com um estoque de 1,2 bilhão de euros (R$ 6,5 bilhões) em tênis produzidos sob a parceria desfeita com Kanye West, a marca chegou a uma definição: irá vender os itens e doar parte do lucro.

O anúncio foi feito nesta quinta (11) pelo CEO Bjørn Gulden, que não revelou se o rapper, agora conhecido como Ye, ainda receberá um percentual da receita das vendas.

“O que estamos tentando fazer é vender parte do estoque e doar o dinheiro às organizações que estão nos ajudando e que foram atingidas pelas declarações de Kanye”, afirmou o executivo no encontro anual de acionistas da empresa.

Entenda: o lucrativo acordo que criou a marca Yeezy em 2015 foi desfeito pela fabricante em outubro do ano passado após o cantor ter publicado comentários antissemitas em redes sociais.

Sem os 500 milhões de euros de lucro estimados para o estoque que agora será vendido, o CEO havia dito em março que este será “um ano de transição” para a marca, com lucro operacional perto de zero.

Na ocasião, o executivo falou que a Adidas considerava uma série de opções sobre o que fazer com o estoque restante dos tênis, incluindo sua destruição.

Nesta quinta, Gulden disse que “queimar milhões de pares não faz sentido”.

**’LÍTIO VERDE’ NO VALE DO JEQUITINHONHA**
Uma das regiões mais pobres do Brasil começou a produzir um dos metais mais valorizados e estratégicos do mundo.

É no Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais, que a mineradora canadense Sigma Lithium começou a explorar e produzir lítio há menos de um mês.

A região que reúne 55 municípios concentrados ao longo de um rio de mesmo nome possui um dos menores IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) do estado.

Entenda: o lítio é uma matéria-prima muito importante no contexto da transição energética global. Ele está presente nas baterias de íon-lítio, utilizadas em carros elétricos, e é essencial para expandir a capacidade de armazenamento de energia em outros sistemas.

A demanda pelo metal deve aumentar cerca de 400% até 2040, segundo a AIE (Agência Internacional de Energia).

Relembre: explicamos no mês passado como a América Latina é uma região que virou tema de uma disputa geopolítica entre China e EUA.

O interesse é principalmente nas minas de Bolívia, Argentina e Chile, países cujas reservas são maiores em relação ao Brasil.

A Sigma afirma produzir o lítio verde, cuja extração tem baixo impacto no meio ambiente. Para isso, ela utiliza energia de uma hidrelétrica próxima e tem a opção de comprar energia eólica produzida no Nordeste.

Consolidação: depois de uma disparada nos preços no fim do ano passado, o lítio está de volta ao patamar de novembro de 2021 e acabou agitando as fusões e aquisições do setor.

Na quarta (10), a australiana Allkem e a americana Livent, duas grandes produtoras, anunciaram um acordo para unir seus negócios.

A empresa que resulta da fusão será a terceira maior produtora global de lítio, com valor de mercado de US$ 10,6 bilhões (R$ 52,6 bilhões), de acordo com a agência Bloomberg.

Foto: Marcello Casal Jr/ Agência Brasil

Foto: Marcello Casal Jr/ Agência Brasil

**DESIGUALDADE NA MÍNIMA EM 11 ANOS**
A desigualdade de renda encerrou o ano de 2022 no menor nível da série histórica, que tem dados desde 2012, segundo dados do IBGE divulgados nesta quinta.

O que explica: é uma soma da ampliação do Auxílio Brasil para R$ 600, às vésperas das eleições de 2022, no governo Jair Bolsonaro (PL), com a retomada do mercado de trabalho, segundo o instituto.

O repórter especial da Folha de S.Paulo Fernando Canzian analisa que a queda da desigualdade só ocorreu porque os brasileiros estão cada vez mais dependentes de programas sociais em uma economia que cresce pouco e entrega empregos de baixa qualidade.

Para Marcelo Neri, da FGV, os indicadores de desigualdade tendem a continuar caindo em 2023, diante da manutenção do valor do Auxílio Brasil (hoje Bolsa Família) com previsão de adicionais no governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Em números: em 2022, o índice de Gini do rendimento domiciliar per capita (por pessoa) recuou a 0,518, o menor nível da série em 11 anos, após subir a 0,544 em 2021.

O indicador varia de 0 (igualdade máxima) a 1 (desigualdade máxima).

Em termos reais (com ajuste da inflação), o rendimento domiciliar per capita da metade da população mais pobre subiu 18% no ano passado, para R$ 537 por mês.

O ganho médio dos brasileiros 1% mais ricos foi de R$ 17.447, recuo de 0,3% em relação a 2021.

(ARTUR BÚRIGO – Folhapress)


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Fonte: Paraíba Online

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