O Skank apresentou seu último show da turnê de despedida dos palcos neste domingo (26), para um estádio do Mineirão lotado, em Belo Horizonte. Além da combinação de frenesi e satisfação que todo show proporciona para o público, a despedida da banda mineira dos palcos deixa um sentimento de saudade.
Antes de a banda entrar -com cerca de meia hora de atraso no evento marcado para 19h-, foi transmitido no telão um drone que sobrevoou o Mineirão e acompanhou os músicos no backstage até chegarem no palco.
Samuel Rosa (foto), Henrique Portugal, Lelo Zaneti e Haroldo Ferretti abriram o show cantando “Dois Rios”, do sexto álbum do Skank, o Cosmotron. E o público de 50 mil pessoas, que esgotou os ingressos do estádio, ecoou cada palavra.
A banda mineira se despediu dos palcos na cidade em que começou as atividades há três décadas. Para encerrar em grande estilo, o local não poderia ser mais representativo para a trajetória do Skank.
Além de ser intrínseco à relação apaixonada dos integrantes com o futebol, o estádio também foi cenário do videoclipe de “É uma Partida de Futebol”, segunda música do repertório desta noite, e da gravação do álbum e DVD “Multishow Ao Vivo – Skank no Mineirão”.
A última vez que a banda pisou no local foi em 2020, em meio à onda de lives de artistas que queriam se reconectar com o público a distância durante a pandemia.
Durante “Esmola”, faixa do segundo álbum, “Calango”, e terceira música da setlist, o publico gritou em uníssono quando a letra cita o Mineirão. “No sinal, no Morumbi/ No Mário Filho, no Mineirão”.
O show ocorre três anos após o anúncio do término -em novembro de 2019. O que era a “Turnê de Despedida”, que começou em 2020 e foi paralisada pela pandemia de Covid-19, viraram “Os Últimos Shows” -e culminou em “O Último Show”. A perna final das apresentações se deu em 12 cidades. Mais de meio milhão de fãs encheram esses eventos derradeiros.
No penúltimo show da banda, realizado em São Paulo no domingo (19), Rosa perguntou à plateia do Espaço Unimed -“Quem vai estar no Mineirão na semana que vem?”. Muitas mãos se levantaram no meio da empolgação. “E quem mente de vez em quando?”, disse o músico dando risada. Mas a banda conseguiu esgotar os ingressos para este domingo.
Foi só no final de “Pacato Cidadão” que o vocalista interagiu com o público dessa noite. Todos os integrantes observaram o público, atônitos. “Assim a gente não aguenta”, afirmou o vocalista, emocionado.
Dentre os milhares de fãs, Diego Borel, de 35 anos, veio comemorar seu aniversário, com a esposa, Dayana, de 39. Diego conheceu o grupo aos dez anos de idade, em uma apresentação do conjunto durante a turnê do disco “Calango”. Apesar da tristeza pelo do fim do grupo, ele tem expectativas de que o conjunto volte esporadicamente. O casal chegou ao estádio perto das 15h e garantiram um lugar próximo ao palco.
Ao longo destes 25 anos acompanhando o conjunto, ele coleciona oito palhetas, uma baqueta e outras tantas lembranças de quando se espremia entre a grade e o palco para acompanhar sua banda favorita.
Após “Uma Canção é Para Isso”, foi a vez de “É Proibido Fumar” -interpretação da música de Erasmo Carlos e Roberto Carlos, com a licença poética do público, que respondia entusiasmado ao final do refrão com “maconha”.
“Saideira” fez o público pular e gritar o refrão a plenos pulmões. Já “Canção Noturna” trouxe um clima mais intimista e fez alguns pontos de luz dos flashes de luzes do celular isolados serem levantados em setores da cadeira inferior e superior.
“A gente percebeu nitidamente nos shows que essa música tinha ganhado um gás”, disse Samuel antes de começar “Ainda Gosto Dela”.
“Ganhamos um remix dessa música, o que nos deixou muito satisfeitos”, falou a respeito da versão de Dubdogz. “Tem sido muito legal ouvir nos quatro cantos do Brasil [durante a turne de despedida] ver as pessoas cantando nossas músicas.”
Foi então o momento do Cosmotron, que foi representado pela dupla “Amores Imperfeitos” e “Formato Mínimo”, que conta a história de um casal que vive um romance de apenas uma noite.
Nessa hora, sim, os celulares foram levantados de forma mais evidente e um mar de braços começou a acenar lentamente de um lado para o outro.
“Balada de Amor Inabalável” exigiu um palco iluminado na cor rosa e alguns feixes roxos e laranjas iluminaram o público.
A fase reggae do show começou com “Ela me Deixou”, do álbum “Velocia”, de 2014. Em seguida, Samuel Rosa deixou o violão de lado e puxou até mesmo assobios para “Jackie Tequila”. Nessa hora ele desceu do palco e interagiu com o público na grade distribuiu abraços e autógrafos.
(SUSANA TERAO – Folhapress)
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Fonte: Paraíba Online