RETRO/2024 foi o ano do Oscar de Oppenheimer


				
					RETRO/2024 foi o ano do Oscar de Oppenheimer
Foto/Divulgação.

Texto publicado originalmente no dia 11/03/2024.

O triunfo de Oppenheimer no Oscar 2024 é o admirável e importante triunfo do grande cinema. Oppenheimer, esse denso retrato do pai da bomba atômica e seus dilemas morais, é um filme monumental. Sua aclamação faz justiça a um cinema de altíssima qualidade.

Oppenheimer conquistou os prêmios de Melhor Filme, Melhor Diretor (para Christopher Nolan), Melhor Ator (para Cillian Murphy), Melhor Ator Coadjuvante (para Robert Downey Jr.), Melhor Fotografia (para Hoyte van Hoytema), Melhor Montagem e Melhor Trilha Sonora.

O êxito de Oppenheimer é o êxito de um cinema sério. Ou é a confirmação de que o cinema é uma expressão artística que pode, a um só tempo, estar a serviço do espetáculo e da abordagem de questões nada superficiais e tão necessárias quanto essas que temos no filme de Christopher Nolan.

Oppenheimer é um filme que dura três horas. Em 180 minutos, o espectador – com o perdão do trocadilho – é bombardeado pela fala de dezenas de personagens. Não há concessão ao que, como espetáulo, seria fácil. Não há Hiroshima nem Nagasaki, e o teste da bomba só ocorre quando já se passaram quase 120 minutos.

A sequência do teste da bomba no deserto de Los Alamos é arrebatadora. E, no esplendor das câmeras Imax, não é produto da tecnologia digital. Christopher Nolan fez questão de realizá-la analogicamente, e o resultado – o máximo de imagem, nenhum som – é devastador para os nossos olhos.

Depois do teste, o filme ainda tem mais uma hora pela frente. Após o êxito do projeto que culminou com o bombardeio das duas cidades japonesas, a narrativa se debruça sobre o que hoje chamaríamos de cancelamento da figura pública de Robert Oppenheimer.

Oppenheimer discute as relações entre ciência e poder, fala de política, moral, guerra, espionagem, delação, comunistas e anticomunistas. Oppenheimer é uma ode ao que o cinema pode oferecer de melhor.

*****

Zona de Interesse, grandioso filme de Jonathan Glazer, levou o prêmio de Filme Internacional. Justine Triet e Arthur Harari ganharam a estatueta de Melhor Roteiro Original por Anatomia de Uma Queda, dirigido por Triet.

A premiação de Emma Stone – Melhor Atriz, Pobres Criaturas – fez justiça, mas não fez história ao impedir que, pela primeira vez, uma indígena – Lily Gladstone, Assassinos da Lua das Flores – conquistasse o Oscar de Melhor Atriz.

Na melhor temporada em muitos anos, o Oscar 2024 não teve surpresas. Até os palpiteiros acertaram. Os vencedores eram previsíveis. Como era previsível que, mais uma vez, a Academia esnobaria Martin Scorsese. O extraordinário Assassinos da Lua das Flores saiu da festa de mãos abanando.

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Fonte: Jornal da Paraíba

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