A rede varejista de eletroeletrônicos, eletrodomésticos e produtos para a casa Polishop é alvo de ações de despejo em shoppings e enxugou o número de lojas abertas.
Segundo o site da rede, atualmente existem 120 pontos de venda em todo o país. Diversos endereços foram fechados nos últimos três anos.
Em 2020, quando começou a pandemia de Covid-19, a Polishop tinha 278 lojas físicas. No início deste ano, eram 161.
A companhia diz que vem fechando unidades desde 2021, dentro de uma estratégia definida para período pós-pandemia. Nesse plano está prevista a redução do número de estabelecimentos próprios e o crescimento das lojas de rua por meio de franquias.
A empresa quer chegar a municípios que não têm shoppings centers (onde estavam, até recentemente, concentradas as lojas da rede).
Em nota, a Polishop não comentou as ações de despejo sofrida no último ano. Disse no comunicado que aumentou a participação das vendas online. O reposicionamento, com o crescimento no ecommerce e as franquias, devem garantir crescimento à rede, afirmou a companhia.
Como aconteceu com outras varejistas, a Polishop foi alvo de diversas ações judiciais de despejo e de execução de garantias previstas nos contratos.
No Shopping Prudenshopping, no interior de São Paulo, a empresa fechou acordo com a administradora do empreendimento, mas atrasou o pagamento.
No início de junho, o juiz Sérgio Elorza Barbosa de Moraes, da 5ª Vara Cível de Presidente Prudente, determinou que a Polishop pagasse R$ 236,3 mil que faltavam.
Em Santa Bárbara D’Oeste, decisão do fim de março determinou a busca e bloqueio de R$ 227,7 mil das contas da companhia caso os valores não fossem pagos ao Tivoli Shopping.
O Shopping ABC, de Santo André, entrou com uma ação de despejo último dia 21. No mesmo dia, o juiz Silas Dias de Oliveira Filho, da 6ª Vara Cível, negou pedido liminar apresentado pelo centro comercial para despejar a Polishop.
“Tratando-se de locação para fins comerciais, o despejo de estabelecimento comercial implica interrupção da atividade desenvolvida e, diante do princípio da preservação da função social das empresas, há risco de dano irreparável ou ao menos de difícil reparação”, escreveu o juiz.
Em São Bernardo do Campo, também no ABC paulista, a Polishop fechou a loja e desocupou o imóvel depois que uma liminar concedida em setembro determinou o despejo.
Em novembro, após a entrega das chaves, o juiz Mauricio Tini, da 2ª Vara Cível, converteu o processo de desocupação em execução extrajudicial pelo pagamento da dívida.
Segundo despacho do dia 17 de julho, os aluguéis atrasados foram quitados a partir do bloqueio de ativos da empresa. O valor da ação era de R$ 447,1 mil. Em São Caetano (ABC), a Polishop também fechou acordo com a Multiplan em fevereiro.
No Grand Plaza Shopping, a briga da Polishop é pelo valor do aluguel. A varejista entrou em 2021 com uma ação renovatória de locação.
A Polishop queria pagar R$ 20,1 mil de aluguel mínimo. O shopping considerou a proposta descabida e disse que o valor proposto não reflete o valor do ponto comercial.
O juiz Ronnie Herbert Barros Soares, da 14ª Vara Cível, fixou o valor do aluguel em R$ 35,4 mil por cinco anos em decisão de maio deste ano.
No Shopping Dom Pedro, em Campinas, a ação de despejo de R$ 551,9 mil foi encerrada no dia 28 de junho com a homologação de um acordo extrajudicial.
Em Mauá, o processo de R$ 211 mil foi extinto em dezembro depois de um acordo. Quando entrou com a ação, a administradora do shopping informou que o aluguel da loja ocupada pela Polishop era de R$ 17,5 mil e que desde janeiro de 2022 o s valores não eram pagos.
Em setembro do ano passado, o juiz José Wellington Bezerra da Costa Neto, da 4ª Vara Cível de Mauá, chegou a determinar liminarmente a desocupação do imóvel.
Segundo o sistema de acompanhamento processual do Tribunal de Justiça de São Paulo, a Polishop também foi processada por administradoras de shoppings em Praia Grande, no litoral, Sorocaba, Cotia e pelos shoppings metrô Tucuruvi e Itaquera.
(FERNANDA BRIGATT – FOLHAPRESS)
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Fonte: Paraíba Online