Na sua segunda edição, neste sábado 14, às 18h, o projeto Cinema no Cenário que acontece uma vez por mês, no Cenário Hostel & Boteco na cidade de Bananeiras, apresenta o longa O seu amor de volta (mesmo que ele não queira), do cineasta paraibano Bertrand Lira que debaterá o filme com personagens e equipe na “roda de conversa” após a sessão. A ideia do projeto é da empresária Sulamita Nóbrega e tem a curadoria de Bertrand Lira. Para participar a reserva tem de ser feita no direct do instagram do @cenariohosteleboteco ou nos telefones (83)98868.3619 e 98880.4600. As vagas são limitadas.
O projeto Cenário no Cinema teve início no mês passado com a exibição do filme Pacarrete, do cineasta cearense Allan Deberton e teve a presença das atrizes Marcélia Cartaxo, Zezita Matos e Soia Lira. Desta vez, está prevista na “roda de conversa” a presença do diretor Bertrand Lira, os personagens Williams Muniz e Zezita Matos, além o produtor executivo do filme Pablo Maia. O debate acontecerá no boteco do hostel que agraciará os presentes, na sequência, com um show musical do cantor Kelsonkizz.
Premiado como Melhor Documentário no 6º Festival Cinematográfico de Mérida, no México em 2020, e Melhor Direção, Melhor Roteiro, Melhor Atriz (Marcélia Cartaxo) e Prêmio Especial do júri de Interpretação (Williams Muniz), no 26º Festival de Cinema de Vitória (ES), em 2019, além da participação em diversos festivais nacionais, o longa-metragem O seu amor de volta (mesmo que ele não queira), com direção e roteiro de Bertrand Lira, entrou em cartaz na tela grande, no Cine Banguê do Espaço Cultural em maio de 2023 arrecadando a melhor bilheteria dos filmes brasileiros e estrangeiros em cartaz na sala.
Realizado a partir do edital Prêmio Walfredo Rodriguez de Produção Audiovisual 2014/2015, uma parceria da Funjope/Prefeitura Municipal de João Pessoa – e Governo Federal/Agência Nacional de Cinema e Secretaria do Audiovisual, o filme entrou nos streamings NET Claro, Vivo play e Oi play e desde março do ano passado está na grade linear do Canal Brasil. O longa também recebeu o prêmio do júri popular na Mostra Internacional de Cinema de João Pessoa (Festincinejp) em agosto do ano passado.
O documentário trata do amor e suas desventuras com seus percalços tortuosos da busca pela realização amorosa que servem de fio condutor dos relatos que organizam a narrativa de Seu amor de volta (mesmo que ele não queira). Para abordar esse universo, cartomantes e videntes são convocados para usar os seus dons metafísicos a favor dos personagens. Cartas, búzios, banhos de ervas, oferendas são as armas mágicas recomendadas na jornada dessas personagens reais: um maquiador e professor de artes; uma travesti, professora de português, e duas atrizes, que vivem e trabalham na capital da Paraíba, no nordeste brasileiro.
Seus relatos são entrecortados por consultas a cartomantes e pais de Santo que vão prever o futuro deles, aconselhá-los no que diz respeito à sua vida afetiva. Além de diversos prêmios recebidos, o filme de Bertrand Lira recebeu elogios da crítica, de diretores e atores. O teórico e cineasta francês Jean Claude Bernadet afirmou: “O seu amor de volta cutuca os nossos demônios íntimos com afeto, mas sem jamais perder a ironia.” Bernadet considerou o filme um dos quatro melhores que viu nos últimos anos.
Para o crítico Celso Sabadin “O título do longa, que pode até sugerir um recorte cômico ou lúdico, na realidade surpreende com uma profunda investigação de quatro personagens envolvidos na questão do “amor de volta”. E é simplesmente impressionante o respeito e a afetuosidade com que Lira trata seus personagens.” André Dib, por sua vez, escreveu: “Consciente da performance como método, Bertrand Lira realizou um documentário irônico e perspicaz sobre o que há de fantasmagórico e performático no discurso do amor romântico.”
O documentarista paraibano Vladimir Carvalho escreveu: “É um documento antropológico com uma visão altamente dramático-poética da dilacerante solidão humana. Dói na alma ver essas criaturas palmilhando os insondáveis abismos de sua condição, sujeitas a restrições e preconceitos.” E conclui: Bertrand Lira “acerta em cheio a escolha de seus depoentes, que se alternam na consulta aos búzios num “cenário” cuja imagem e luz muito faz lembrar a obra fotográfica de Miguel Rio Branco em suas intervenções mais recentes.”
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Fonte: WSCOM