Professor Golbery Rodrigues desfaz mito sobre o uso da vírgula

No quadro semanal de língua portuguesa na Rádio Caturité, o professor Golbery Rodrigues abordou um dos maiores equívocos cometidos por falantes e escritores: o uso da vírgula como sinônimos de pausa para respiração.

Durante sua explicação, o professor foi enfático ao desmistificar essa prática, reforçando que a vírgula deve ser usada com base em regras gramaticais, e não em intuições subjetivas.

“É importante que saibamos que a vírgula não pode ser usada como pausa para respiração. Quantos de nós já nos deparamos com a doutrina de que ela é uma breve pausa no contexto frasal? Muitas vezes alguém faz a ligação disso com uma pausa para respirar. O problema é que o usuário lá na escrita percebe essa necessidade e acaba marcando com uma vírgula. Eu quero desfazer essa orientação, que talvez tenha sido aprendida em algum livro didático ou passado por um professor”, explicou Golbery.

O professor detalhou que o uso correto da vírgula está intimamente ligado a fatores gramaticais, que devem ser coletados em cadernos de normas linguísticas. Ele destacou a importância de seguir essas diretrizes para evitar erros que possam comprometer a clareza e a correção textual.

Exemplos práticos

Para ilustrar, Golbery utilizou uma frase comum. “Os países que não adotam políticas de preservação ambiental enfrentam um aumento significativo nos desastres naturais.”

Na análise do professor, o sujeito extenso da frase pode induzir o escritor a inserir uma vírgula de forma equivocada.

“Há uma tendência de querer virgular após ‘ambiental’, porque existe uma pausa natural na fala. Mas, minha gente, não há razão para isso. Se você colocar a vírgula, cometendo uma infração em relação à regra tradicional que diz: não se pode separar sujeito de verbo, nem verbo de complemento por pontuação alguma. Nesse caso, o sujeito é ‘Os países que não adotam políticas de preservação ambiental’.

O professor também alertou que a oração “que não adotam políticas de preservação ambiental” é uma informação restritiva, e, por isso, não deve ser separada do restante da oração por vírgulas.

Para finalizar, Golbery deixou uma dica prática para os ouvintes. “Não virgule pensando em pausa para respirar. Pelo contrário, revisite os compêndios gramaticais e observe as condições de uso deste sinal importante.”

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Fonte: Paraíba Online

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