O primeiro museu a contar a história da maconha medicinal no mundo será inaugurado próxima semana em João Pessoa, na Paraíba. A capital paraibana será a primeira e única cidade no Brasil, até o momento, a ter um museu oficial da cannabis. Idealizado pela Abrace Esperança, associação de pacientes que fazem uso terapêutico da planta, a exposição será inaugurada na próxima segunda-feira (24) e estará localizada no Parque Solon de Lucena, no centro da cidade.
O objetivo é contar a história da cannabis no mundo, desde o cânhamo produzido nas sociedades antigas, passando pelo seu uso farmacêutico nos EUA, no século 19, até a repressão e chegando às recentes legislações de descriminalização.
A sede, que já era alugada pela ONG, conta com uma história particular, pois serviu de moradia para o ex-senador e ex-governador José Maranhão, falecido em 2021. Segundo Cassiano Gomes, fundador e diretor executivo da associação, o museu contará com diversos objetos que destacam a história, a origem e os usos da cannabis, popularmente conhecida como maconha.
“As expectativas são as melhores, a relevância do assunto ganha espaço onde a gente pode resgatar questões históricas, bibliográficas a respeito do tema, questões sociais, de cidadania, educativa, dentre outras. Então, a cannabis agora tem seu lugar. Não tínhamos uma referência ou um espaço onde se tem uma história registrada através da escrita e pronta para servir a quem quiser ver, por isso, o Museu Brasileiro da Cannabis, vem na melhor hora”, explica Gomes.
No Brasil, o marco é o ano de 2014, quando houve a primeira autorização para importação de CBD para fins medicinais, época que marcou o surgimento da Abrace, que completou nove anos nesta quinta (20), e de outras associações pelo país. O uso medicinal da cannabis vem ganhando destaque há algum tempo e um bom exemplo disso é a quantidade de medicamentos aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) nos últimos tempos.
“Esse sonho já vem tarde, a Abrace até tinha um museu pequeno na sede antiga, mas mal cabia 10 pessoas e, mesmo assim, chegamos a receber cerca de 80 estudantes certa vez. Com o novo projeto, iremos ter mais espaço e poderemos trabalhar mais a questão da mídia, além claro da realização de palestras e workshops. Essa nova empreitada será maravilhosa e muito bem-vinda!”, reforça o fundador da ONG.
Entre os itens que estarão expostos no Museu Brasileiro da Cannabis há réplica da máquina antiga de produção de cânhamo e antigos frascos medicinais vendidos nas farmácias americanas. O acervo, que continuará sendo construído, diz Gomes, conta também com recortes históricos de jornais, de revistas, cartazes de filme e fotografias do século passado., tudo relacionado à cannabis.
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Fonte: WSCOM