Painel Paraibano de Mudanças Climáticas discute computação verde e realiza visita à comunidade cigana em Sousa

A primeira etapa do Painel Paraibano de Mudanças Climáticas, realizada no Sertão da Paraíba, destacou a importância da computação verde, também conhecida como TI verde. O evento, que começou nessa quinta-feira (15), reuniu mais de 100 participantes no auditório do IFPB, em Sousa, incluindo estudantes, professores e pesquisadores.

A ação é uma iniciativa do Governo da Paraíba, por meio das Secretarias de Estado da Ciência, Tecnologia, Inovação e Ensino Superior (Secties) e do Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), e visa ouvir a população acadêmica e a comunidade local na busca de soluções sustentáveis para os impactos climáticos. O painel continua em mais três macrorregiões e se prolonga até o dia 20 de setembro.

Em Sousa, durante a manhã dessa quinta-feira, foram discutidas diversas temáticas, a exemplo de abordagens de práticas sustentáveis. No período da tarde, a programação se estendeu para uma atividade prática, na qual os participantes visitaram comunidades ciganas locais para ouvir suas necessidades e discutir possíveis soluções para os desafios ambientais enfrentados por eles. Além disso, em um segundo momento, o grupo conheceu as pesquisas desenvolvidas no IFPB, campus Sousa, no distrito de São Gonçalo.

De acordo com a coordenadora do Painel, a consultora técnica ambiental da Secties , Simone Porfírio, o evento foi marcado pela diversidade de pensamentos, com professores, pesquisadores e alunos das mais diversas áreas. “Tinha biólogo, geógrafo, até um filósofo e professor de informática que vem trabalhando informática verde. Foram apresentadas várias pesquisas que mostram a integração da ciência preocupada não só com a questão ambiental, mas principalmente com a questão social, integrando com economia circular, proteção do solo e aproveitamento em seus campi para que seu local de trabalho seja um exemplo”, comentou.

Sobre as visitas técnica Simone Porfírio afirmou que o momento foi importante para popularizar a ciência, levando a pesquisa para perto das comunidades. “Sousa tem a maior comunidade cigana da América Latina, foi muito importante a experiência, e depois fomos ao Campus em São Gonçalo conhecer a diversidade de pesquisa que tem sido realizada lá. Isso mostra toda a riqueza que as nossas instituições de ensino superior têm e que precisa ser mostrada para a sociedade”, disse.

Entre os gestores presentes no painel estava o secretário de Agricultura e Meio Ambiente de Sousa, Zenias Alves. De acordo com ele, a temática é importante principalmente para o Sertão da Paraíba. “A discussão é necessária em nível mundial e também aqui para a nossa região, onde vemos que o sol é muito quente, e há uma dificuldade por conta disso. Estamos muito satisfeitos com a presença do Governo do Estado e estamos à disposição para melhorar e contribuir ainda mais com o tema em andamento”, falou.

O professor da área de filosofia e área ambiental do IFPB, Francisco Tibério, ressalta a importância do tema que tem sido discutido no painel. “Cuidar do meio ambiente é cuidar do futuro da humanidade. O nosso viver humano depende dessas condições e, principalmente, da nossa atuação. Esse painel é importante porque socializa saberes, integra conhecimentos e traz essa partilha que deixa a grande lição que nós precisamos urgentemente aprender. Consequentemente, quando a gente deixa de conhecer, deixa de agir, as coisas ficam à deriva, e quando tudo se for, não teremos mais do que reclamar”, comentou.

Computação verde, ou computação sustentável

A computação verde, também conhecida como TI verde ou TI sustentável, envolve o projeto, fabricação, uso e descarte de componentes tecnológicos de forma a minimizar o impacto ambiental. Isso inclui a redução de emissões de carbono e consumo de energia por fabricantes, data centers e usuários finais. Além disso, abrange a escolha de matérias-primas sustentáveis, redução do lixo eletrônico e promoção da sustentabilidade por meio de recursos renováveis.

O tema foi abordado pelo professor de informática do IFPB Campus Sousa, Severino Neto. De acordo com ele, a discussão envolve a questão da obsolescência programada (quando um produto lançado no mercado se torna inutilizável ou obsoleto em um período de tempo relativamente curto de forma proposital). “Os próprios fabricantes fazem os produtos para acabar mais cedo e aí conseguir ter cada vez mais lucro e mais vendas com a rotatividade do material. Hoje em dia isso é um problema, por isso falamos da computação verde, essa sustentabilidade de ter equipamentos mais eficientes e que consuma menos energia e que sejam mais duráveis”, disse.

Estudantes destacam mudanças climáticas como área de estudo

Trazer conscientização sobre as mudanças climáticas foi o que chamou a atenção do estudante de Agroecologia do IFPB Campus Sousa, Samuel Nunes. A participação no painel foi importante para a sua área de estudo. ‘O que estamos vendo aqui está totalmente ligado à minha área; eu trabalho diretamente com isso. Acredito que uma das falas que mais me chamou a atenção é que não se trata de combater, mas de conscientizar as pessoas sobre o que está acontecendo com as mudanças climáticas, para tentar amenizar. Cada um faz a sua parte e, assim, conseguimos fazer a diferença. Por isso, eventos como este são tão importantes”, disse.

Já Bianca Hellen, estudante de engenharia civil do IFPB campus Patos, não tinha pretensão de seguir a carreira acadêmica, mas viu nas discussões trazidas pelo painel um novo interesse. Segundo ela, essa ‘inquietação’ para estudar mais sobre os problemas climáticos pode definir os próximos rumos dos seus estudos. “O meio ambiente é uma área que me interessa muito, e a questão dessa plenária gerou em mim uma preocupação com o tema. Vemos muitas tragédias acontecendo, e é importante que cada vez mais pessoas se importem com a área. O painel me inquietou a ponto de talvez estudar ou fazer parte de um projeto de pesquisa sobre meio ambiente”, comentou.

Próximas etapas – O painel continua em mais três macrorregiões. A etapa Borborema do  Painel Paraibano de Mudanças Climáticas ocorrerá em Monteiro, no dia 22 de agosto. Campina Grande sediará a etapa Agreste, no dia 6 de setembro. A última etapa, encerrando a mesorregião Mata Paraibana, será realizada em João Pessoa, no dia 19 de setembro. O evento prossegue até o dia 20 de setembro, com o encerramento do Painel, destacando o Dia Estadual de Conscientização sobre Mudanças Climáticas, instituído pela Lei Estadual 12.392/2022.

O evento é gratuito e aberto ao público. As inscrições podem ser feitas no link PAINEL DE MUDANÇAS CLIMÁTICAS ou presencialmente, no local do evento.


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Fonte: WSCOM

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