
O Papa Francisco autorizou, nesta segunda-feira (31), o decreto que declara o Padre José Antônio de Maria Ibiapina como “venerável”, reconhecendo as “virtudes heroicas” dele e aproximando-o da canonização.
A decisão, celebrada com o toque dos sinos nas igrejas da Diocese de Guarabira, na Paraíba, marca um avanço no processo de beatificação do religioso, que há 40 anos é estudado pela Igreja Católica.
“Para todos nós foi motivo de alegria nesta manhã receber a notícia da venerabilidade do Padre Ibiapina. Sabemos do reconhecimento das virtudes heroicas do venerável padre ibiapina.”, disse o bispo diocesano Dom Aldemiro Sena.
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Além disso, o bispo também destacou que a causa envolveu décadas de pesquisas com historiadores, teólogos e cardeais, incluindo um especialista do Vaticano.
Como funciona o processo daqui para frente?
O reconhecimento como “venerável” é o segundo dos quatro passos necessários para que Padre Ibiapina seja declarado santo. O padre Demétrio Morais, reitor do Santuário Padre Ibiapina, explicou o processo:
- Servo de Deus: primeiro reconhecimento dado pela Igreja. O bispo responsável reúne testemunhos sobre a vida e as virtudes do candidato e encaminha o processo ao Vaticano.
- Venerável: a segunda etapa ocorre quando o Papa reconhece que o candidato viveu de forma exemplar a fé e a caridade. Esse é o título concedido agora a Padre Ibiapina.
- Beato: com a comprovação de um milagre atribuído ao Venerável, a Igreja autoriza sua beatificação.
- Santo: com a comprovação de um segundo milagre, o candidato à santidade pode ser canonizado e declarado oficialmente santo pela Igreja.
“Agora o bispo diocesano vai instituir um novo tribunal para catalogar os milagres que já vão chegando”, explicou o padre Demétrio Morais.
Caso um milagre seja reconhecido, Padre Ibiapina poderá ser beatificado, avançando para a fase final da canonização.
Quem foi Padre Ibiapina?
Nascido em Sobral, no Ceará, em 1806, Ibiapina teve uma trajetória incomum: formou-se em Direito, foi juiz, delegado e até deputado federal, onde propôs leis contra o tráfico de escravos. Mas, em 1850, abandonou a carreira jurídica para se tornar sacerdote.
Ordenado em 1853, dedicou-se a missões no sertão, construindo orfanatos, hospitais e capelas durante epidemias de cólera – o que lhe rendeu o apelido de “peregrino da caridade”.
Paralisado nos últimos anos de vida, faleceu em 1883, na Paraíba, onde sua fama de santidade persiste.
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Fonte: Jornal da Paraíba