Cabe ao ministro da Fazenda proteger a nossa economia daí o seu conhecido perfil de agente promotor de efetivos cortes de gastos já previstos no orçamento do país. Como se costuma ver, o fazendário atua geralmente na discrição técnica de suas oportunidades, nunca se socorrendo a uma visibilidade em rede nacional de televisão, como o que aconteceu ontem à noite.
Eram 20:30 h e lá estava o ministro Fernando Haddad a anunciar um corte de gastos em torno de 70 bilhões para os próximos dois anos. Um anúncio que de “corte de gasto” mesmo, pouco ou nada tem, tudo se parecendo com uma “carta política” para um Governo em instalação.
De cara o ministro da Fazenda tratou de anunciar que o salário mínimo vai continuar subindo além da inflação, mas dentro de um limite de até 2,5%. Os trabalhadores que não morram de ansiedade pela prosperidade que um salário “minimamente” possa suscitar.
O ministro também cuidou de deixar claro que de agora em diante haverá uma limitação de transferência de pensões na érea militar. Até mudança da idade mínima de ida para a reserva, no caso do serviço militar, o S.r. Ministro cuidou no seu anúncio televisivo.
O ministro Haddad foi “cirúrgico” a atacar emendas parlamentares, tema hoje que parlamentariza esse país que insiste em eleger Presidente de República. As emendas não crescerão mais que 2,5 % da inflação e metade delas irão cair diretamente na saúde, para o Governo atuar como Governo, diríamos. Seria para o reforço do SUS que tanto se exige na atualidade.
Os ricos, ou seja, aqueles que ganham mais de 50 mil reais por mês, esses serão tachados com mais rigor pelo imposto incidente sobre a renda. Isso, a princípio seria para compensar a anunciada isenção do IR pra quem aufere um prolabore de até 5.000 por mês.
Pois bem, um anúncio de corte de gastos que virou anúncio de reforma de renda. Aliás o Ministro discursou no vídeo com tom de satisfação toda vez que repetia a expressão “reforma de renda no país”. A maior já acontecida no Brasil, segundo o anunciante.
Como se viu, foi um anúncio meio desconcertado, muito mais para um candidato a presidente da República do que para um técnico, de Fazenda, dizendo e fazendo anúncios que o Chefe do Poder Executivo não quer ou não pode anunciar.
Os parlamentares já se estrebucham em Brasília, ora, todo seu ativo político, em forma de emendas, terá mesmo que ir para o SUS?
Quem viver, verá.
*Jurandir Eufrauzino (Advogado tributarista)
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Fonte: Jornal da Paraíba