Opinião: a colisão frontal entre Adriano Galdino e João Azevedo


				
					Opinião: a colisão frontal entre Adriano Galdino e João Azevedo
Laerte Cerqueira

Podia ter sido uma avaria forte e antecipada, percebida apenas pelos mais atentos, mas virou uma colisão frontal na base do governo.

Assim é possível traduzir a reação do presidente da Assembleia Adriano Galdino (REPUBLICANOS) à declaração do governador da Paraíba, João Azevêdo (PSB), sobre a sucessão em 2026.

Em resumo: Azevêdo disse no início da semana que, se ele deixar o governo para disputar o Senado, é natural que o vice, Lucas Ribeiro (PP), que pode assumir, dispute à reeleição.

A reação do presidente da AL foi no tom “Galdino extremamente ferido” e inconformado.

Primeiro, deixou a cadeira vazia na solenidade oficial de entrega de mais de 100 ônibus.

À noite, em entrevista a Rádio Arapuan, colocou-se na rota da colisão frontal. Disse que estava sendo atropelado pelo governador: “Mas me atropelando, eu não aceito de ninguém, que a vida já me deu muita porrada”, cravou.

Chamou a fala de João Azevêdo de desastrosa: “Do meu ponto de vista, do ponto de vista político e administrativo foi desastrosa. Foi desastrosa porque tirou da mídia o evento da segunda-feira de manhã”, disse.

E reclamou de pretensões dele abandonadas pelo governador:

“Primeiro foi o ex-governador Ricardo, nós ganhamos a eleição e conseguimos dar a ele governabilidade, e ele fez um excelente governo capaz de eleger João governador, mas na próxima eleição, João acompanhou Ricardo e também ficou contra mim”, criticou.

E pediu sinceridade: “Adriano, vamos dialogar, eu não gosto de você, ou eu quero você.’ Enfim, seja sincero comigo, diga como é o jogo”.

Para muitos, a fala do governador no início da semana “antecipa”, oficialmente, o debate de 2026 e imprime perspectiva de poder a Lucas, o que pode prejudicar o próprio governo. Tem lógica.

Por outro lado, pode ser o sinal de que não haverá surpresas ou reviravoltas, se tudo sair como planejado. O caminho “natural” seria, então, respeitado. Um fala que gera “estabilidade”, mas para quem? Não para todos.

A reação ferina e ferida de Galdino colocou uma lupa na pele sensível da base governista.

O presidente foi o primeiro a antecipar o debate eleitoral, mas parece que não está disposto a aceitar, dentro do grupo, qualquer declaração que vá de encontro ao seu projeto.

Falo “seu projeto” porque Hugo Motta (Republicanos), líder maior do grupo, não fala em nomes escolhidos ainda. Fala em “direito de pleitear”.

A busca por ocupar o espaço é até legítima. É a arma que ele tem e sentado na cadeira poderosa de presidente da AL.

Mas em uma base com tantas opções, expor as entranhas dos descontentamentos é arriscado para todos.

A oposição solta fogos em meio ao embate e a “sinceridade política” do ex-vendedor de balas de Pocinhos.

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Fonte: Jornal da Paraíba

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