O mundo material de George é uma das coisas mais tristes e lindas do rock


				
					O mundo material de George é uma das coisas mais tristes e lindas do rock
Foto/Reprodução.

George Harrison era o beatle quieto. George Harrison era o beatle místico. George Harrison, que morreu de câncer aos 58 anos, era o beatle triste.

No tempo dos Beatles, George Harrison viveu levando rasteira de John Lennon e Paul McCartney, seus companheiros de banda, e do produtor George Martin.

Os três – Lennon, McCartney e Martin – não queriam botar as músicas que Harrison compunha nos álbuns dos Beatles. Botavam uma ou outra.

George Harrison era um bom guitarrista, mas se ressentia de não ter a velocidade que seu amigo Eric Clapton tinha. Clapton era Deus – escreveram na parede do metrô.

George Harrison descobriu os sons da Índia, trouxe a música de Ravi Shankar para o Ocidente e, com Shankar, aprendeu a tocar o cítar.

George Harrison levou a sério a meditação durante o retiro na Índia, em 1968. Entrou para o Hare Krishna e parecia ser o único religioso dos quatro beatles.

George Harrison viveu entre a opulência que o mundo da música lhe oferecia e o conjunto de crenças que encontrou junto aos irmãos do Hare Krishna.

George Harrison compôs While My Guitar Gently Weeps, Something e Here Comes The Sun, três das melhores canções entre tantas que os Beatles gravaram.

Em 1970, quando os Beatles se separaram, George Harrison tinha um monte de canções rejeitadas. Elas foram gravadas no álbum triplo All Things Must Pass.

All Things Must Pass é um dos melhores álbuns de um beatle sem os Beatles. Ao lado de John Lnnon/Plastic Ono Band e de Band on The Run, de Paul McCartney.

Era um grande desafio lançar um disco depois de All Things Must Pass. É sempre um desafio para um artista o próximo trabalho depois de uma obra-prima.


				
					O mundo material de George é uma das coisas mais tristes e lindas do rock
Foto/Reprodução.

Living in The Material World é o disco que George Harrison lançou depois de All Things Must Pass. Não é exatamente uma obra-prima, mas é muito bom.

Living in The Material World é de 1973. Agora em 2024, com atraso de um ano, uma edição especial, com nova mixagem, comemora os 50 anos do álbum.

A nova edição, produzida pelo filho Dhani e pela viúva Olivia, tem o som bem melhor do que as edições anteriores em CD. Está nas plataformas e em formato físico.

Living in The Material World começa com Give Me Love, uma das canções mais populares de George Harrison. No Brasil, foi gravada por Marisa Monte.

“Dê-me amor, dê-amor/Dê-me paz na Terra…”. Give Me Love é uma bela canção. É quase uma oração enriquecida pelos sons da slide guitar de George Harrison.

Living in The Material World, como diz o título do álbum, traz o beatle profano misturado com o beatle místico. Tem 11 canções e muita melancolia nelas.

Parece um paradoxo. George Harrison era um homem de fé, mas era um homem triste. Como se a fé não lhe garantisse um pouco de felicidade na vida terrena.

Living in The Material World, depois de All Things Must Pass, é o melhor dos álbuns de George Harrison. Tem mais de meio século e permanece íntegro.

O tempo passou, e Living in The Material World segue como uma das coisas mais tristes e lindas do mundo do rock. Reouvi-lo faz bem aos ouvidos e ao espírito.

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Fonte: Jornal da Paraíba

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