O joio do trigo #16

Como parte do meu trabalho, a cada semana eu leio muito conteúdo sobre dados, tecnologia e inteligência artificial (apelidada de IA). Eu faço uma seleção e envio para você os melhores, todos os domingos.

Essa semana vamos conversar sobre uma habilidade cada vez mais indispensável: o pensamento crítico e sua relação com os dados. Já imaginou como seria montar um negócio de mobilidade durante a pandemia? Além disso, discutiremos a participação do CEO da OpenAI no Senado americano. Vamos nessa!

O chique é ser simples

À medida que surgem inúmeras soluções baseadas em Inteligência Artificial (IA) generativa, uma habilidade torna-se ainda mais essencial nesse contexto: o pensamento crítico.

Segundo o relatório The Future of Jobs (O Futuro do Trabalho) do Fórum Econômico Mundial, habilidades como pensamento crítico, analítico e inovador, resolução de problemas, iniciativa, autogerenciamento e a capacidade de aprender rapidamente na prática, são enfatizadas para um futuro que se torna cada vez mais presente.

Muitos estudos sugerem que várias profissões serão extintas ou substituídas pelas novas tecnologias. No entanto, este não é o foco da minha discussão hoje. Quero dar um passo para trás. As tecnologias podem nos fornecer dados e informações, mas a compreensão profunda do desafio a ser resolvido requer uma habilidade que as máquinas ainda não detêm.

Imagine que você decidiu iniciar um negócio em 2021 e o deslocamento das pessoas é um pilar fundamental para o sucesso dessa nova empreitada. Este exemplo é particularmente interessante, pois em 2021, estávamos em meio a uma pandemia, e a primeira questão que se apresenta é: como compreender o comportamento do seu público-alvo em relação ao deslocamento? Durante o período mencionado, entender esse comportamento não era uma tarefa óbvia.

Independentemente da ferramenta ou técnica, os dados são absolutamente essenciais para a tomada de decisões. É aqui que o pensamento crítico ganha importância. Vamos refletir juntos: estamos em 2021 e você precisa de informações sobre o deslocamento das pessoas, certo? Onde buscar essas informações? Uma primeira abordagem seria recorrer a empresas cujas soluções são amplamente adotadas e que coletam dados de localização de seus usuários, como Google Maps, Waze e Facebook.

Bingo! Durante a pandemia, muitas dessas empresas disponibilizaram dados consolidados, em conformidade com a Lei Geral de Proteção aos Dados (LGPD), para apoiar empresas e o poder público na tomada de decisões. Por exemplo, o Google forneceu dados mostrando visitas a locais como supermercados e parques ao longo do tempo para várias regiões do Brasil. Claro, há várias considerações a serem feitas, mas esses dados poderiam auxiliar nas decisões sobre o seu novo negócio. O site “Our World in Data” (em tradução livre, “Nosso Mundo em Dados”) apresenta esses dados de forma intuitiva:

Conforme o gráfico, há uma queda significativa no deslocamento no início da pandemia, seguida de um retorno gradual. As informações estão disponíveis em uma linha do tempo e também por regiões. Dados como esses, e outros semelhantes, se empregados corretamente e com as ferramentas adequadas, poderiam permitir posicionar seu negócio com base no comportamento do público-alvo definido. Por exemplo, você poderia tentar prever o retorno ao trabalho presencial – evidentemente com uma margem de erro, mas talvez com a melhor informação disponível para tal finalidade.

Por exemplo, o gráfico indica que em dezembro de 2020, o retorno aos locais de trabalho parecia retomar aos níveis pré-pandemia. Essa hipótese parece ser confirmada com a queda da curva referente às residências, pois deveriam ser correlacionadas. Várias outras conclusões podem ser obtidas.

Este é um exemplo concreto de como as tecnologias e ferramentas podem acelerar, facilitar e acelerar as análises, mas os princípios fundamentais precisam ser sólidos. A avalanche de informações e tecnologias que emergem todos os dias torna ainda mais desafiador separar o joio do trigo. O pensamento crítico, suportado por dados confiáveis e impulsionado pelas tecnologias de IA, parece ser uma combinação promissora. A era da IA está apenas começando! 🙂

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Convidado da semana: Sam Altman

Durante uma audiência no painel do Senado na terça-feira, o CEO da OpenAI, Sam Altman, fez um apelo aos legisladores para regulamentar a inteligência artificial. Em uma tradução livre, ele afirmou: “Acreditamos que a intervenção regulatória dos governos será crucial para mitigar os riscos de modelos cada vez mais poderosos”. Altman disse isso em seu discurso de abertura perante um subcomitê do Senado, sinalizando que a companhia é a favor da regulamentação.

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até Domingo…

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