O joio do trigo #10

Como parte do meu trabalho, a cada semana eu leio muito conteúdo sobre dados, tecnologia e inteligência artificial (apelidada de IA). Eu faço uma seleção e envio para você os melhores, todos os domingos.


Olá amigos 👋 ,

Na edição de hoje, nossos leitores sugeriram um papo sobre como a Inteligência Artificial Generativa – um exemplo é o ChatGPT – irá impactar as profissões e o mercado de trabalho. Então, Bora lá!

O chique é ser simples

A IA Generativa tem se destacado pela sua capacidade de buscar soluções para uma ampla gama de problemas (1), criar soluções comparáveis às produzidas por seres humanos (2) e, sobretudo, pelo seu uso intuitivo sem a necessidade de conhecimento técnico (3). Essas são alavancas importantes, existem outras, mas vale destacar que a capacidade computacional e de processamento atuais têm possibilitado rápidos avanços nessa área, formando uma tempestade perfeita.

Curiosamente, ou não, um estudo recente do Goldman Sachs analisou o impacto da Inteligência Artificial no crescimento econômico e as mudanças significativas que devem ocorrer no mercado de trabalho. Historicamente, avanços tecnológicos desafiam nossa visão sobre emprego, permitindo novos conceitos e formas de relacionamento entre empresas e colaboradores. A popularização da internet e das ferramentas de comunicação online, por exemplo, possibilitou que tarefas sejam realizadas de maneira remota em alguns setores.

A facilidade de uso fez com que o ChatGPT atingisse 1 milhão de usuários em apenas cinco dias, enquanto o Facebook precisou de 10 meses para atingir essa marca. Nas últimas edições, discutimos a relação da IA com temas importantes como eficiência, custos e produtividade. Porém, no cenário com a IA generativa, o potencial desse impacto é significativamente maior, pois o conjunto de tarefas possíveis de serem automatizadas cresce exponencialmente, dada sua habilidade de buscar soluções para diversos problemas.

Podemos imaginar, para efeito de simplificação, que o mercado de trabalho seja composto por profissões que podem ser divididas em dois grupos distintos. No primeiro grupo, apenas parte das tarefas está suscetível à IA generativa e pode ser automatizada. No segundo grupo, todo o conjunto de tarefas pode ser automatizado. Após a adoção da IA, profissionais do primeiro grupo terão parte de sua capacidade liberada para realizar tarefas de maior valor agregado, enquanto os do segundo grupo deverão migrar para outras profissões (existentes) ou novas que surgirão.

Em relação ao Brasil, ainda estamos no começo de um processo de digitalização, que ganhou mais tração durante a pandemia. A realocação de profissionais, como o descrito para o grupo dois, precisa ser precedida por uma etapa de requalificação. Como podemos habilitar que um frentista ou cobrador de ônibus consiga se capacitar para uma outra profissão?

Um estudo publicado em 2021 pelos economistas David Autor, Anna Salomons e Bryan Seegmiller, com base nos dados do censo dos EUA, estimou que 60% dos trabalhadores atuam hoje em profissões que não existiam em 1940 . Historicamente, essa movimentação entre profissões, causada por avanços tecnológicos, tende a convergir para um equilíbrio em relação a novas profissões e crescimento do emprego.

Neste cenário de IA generativa e ChatGPT, você sabia que existe uma nova profissão chamada Engenheiro de Prompt? Um prompt funciona como uma instrução ou pergunta que direciona a IA a produzir uma resposta ou realizar uma tarefa específica. Se você abrir o ChatGPT e perguntar: "Qual é a capital do Brasil?", estará fornecendo um prompt, e a IA responderá com base no conhecimento armazenado em seu banco de dados; neste caso, "A capital do Brasil é Brasília". Usei este exemplo para mostrar que essa transformação já está ocorrendo. O desenrolar depende de como as capacidades de IA continuarão evoluindo, da velocidade de adoção e da discussão ética envolvida. Como afirmou Bill Gates, a Era da IA começou!

Aprimorando nossa Humanidade com IA

A inteligência artificial (IA) está sendo aplicada em Duque de Caxias (RJ) para aprimorar a segurança pública e combater o crime. O Centro Integrado de Comando e Controle da Baixada Fluminense (CICC-BF) emprega mais de 300 câmeras para identificar placas de veículos e rastrear suspeitos com base em suas características físicas e vestimentas. Em 2023, 43 veículos já foram recuperados graças a essa tecnologia. Recentemente, um ladrão foi preso perto da estação de trem central após uma testemunha fornecer detalhes sobre a aparência e as roupas do suspeito.

Projetos como esse geralmente utilizam algoritmos de IA e técnicas de visão computacional para detectar padrões e atividades suspeitas a partir de um vasto conjunto de imagens. No caso das câmeras de vigilância, a análise é feita em tempo real, possibilitando uma resposta mais ágil e eficaz das autoridades, melhorando assim a segurança e a ordem pública.

Notícias interessantes em português

  • 🔗 Link: Google vai incluir Inteligência artificial em buscador.

  • 🔗 Link: ChatGPT entra na rotina de empresas.

Enquanto isso na Gringa…

  • 🔗 Link: Tendências no mundo de dados para 2023

  • 🔗 Link: 05 passos para empresas SaaS protegerem seus dados na nuvem.


Convidado da Semana: AI Index

O Índice de Inteligência Artificial (AI Index) é um relatório anual que monitora e avalia o avanço da Inteligência Artificial em diversas áreas, incluindo desempenho técnico, investimento e impacto social. Ele fornece uma visão abrangente do estado atual da IA e das tendências futuras, bem como dos desafios que precisam ser superados. O relatório é elaborado por uma equipe multidisciplinar da Universidade de Stanford, juntamente com colaboradores externos.

O relatório apresenta pontos muito interessantes relacionados a vários tópicos, incluindo o meio ambiente. A conclusão é que a inteligência artificial está tanto ajudando quanto prejudicando o meio ambiente. Por um lado, ela ajuda a otimizar o uso de energia por meio de modelos que utilizam IA. Por outro lado, prejudica o meio ambiente devido à emissão de carbono. Vários fatores determinam a quantidade de emissões de carbono geradas pelos sistemas de IA, incluindo o número de parâmetros em um modelo. Em geral, os modelos com mais "habilidades" tendem a ter mais parâmetros, o que resulta em uma maior emissão de carbono.

Para acessar o relatório clique aqui.


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até Domingo…

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