A senadora Nilda Gondim (MDB-PB) condenou a postura de descaso do ex-presidente Bolsonaro e seus auxiliares para com os direitos fundamentais (inclusive o direito à vida) dos povos indígenas brasileiros, em especial das comunidades Yanomamis, localizadas no Estado de Roraima, no Norte do País, as quais foram completamente expostas às situações mais absurdas de abandono e de ameaça de extermínio, seja pela fome ou por uma infinidade de doenças decorrentes das atividades ilegais do garimpo amplamente ativo na região.
Conforme a senadora paraibana, foram muitos os alertas e apelos encaminhados ao ex-presidente e aos seus Ministérios para que fossem providenciadas garantidas sanitárias, de segurança, de saúde, de alimentação e de todos os demais direitos imprescindíveis a uma vida humana digna e saudável. Por exemplo, ela lembrou apelo que fez ao Ministério da Saúde, ainda em 2021, em sessão do Senado realizada no dia 17 de novembro, visando ao restabelecimento do equilíbrio sanitário das comunidades yanomamis que integram a maior reserva indígena brasileira.
“Alvo do garimpo ilegal de ouro desde a década de 1980, a área é marcada por conflitos armados, desmatamentos e degradação de florestas, contaminação de rios, desnutrição (especialmente de crianças) em face da escassez de alimentos, e proliferação de doenças que já deveriam ter sido banidas do território brasileiro, com destaque para a malária, que continua matando indígenas em pleno Século XXI, mesmo se tratando de uma patologia de tratamento conhecido e eficaz”, enfatizou a senadora no apelo que fez há mais de um ano.
Nilda também observou que, apesar do aparente isolamento dos povos yanomamis em relação ao conjunto da população brasileira, a Covid-19 também chegou à região, levada por garimpeiros contaminados pelo coronavírus, e infectou e matou indígenas, sem que nenhuma providência fosse tomada pelo governo federal.
Sofrimento e abandono – Nilda Gondim afirmou que o sofrimento e o abandono a que os povos yanomamis foram submetidos pôs em dúvida a crença de que a sociedade brasileira seja realmente uma sociedade civilizada. “Do alto do nosso egocentrismo, até quando manteremos vivo o autoengano que nos faz crer que compomos uma civilização avançada, enquanto toleramos que crianças indígenas yanomamis sofram a dor da fome, da desnutrição crônica e do abandono sanitário?”, questionou a senadora paraibana.
Citando reportagem exibida em programas jornalísticos da TV Globo, que destacaram a situação de penúria vivida pela comunidade yanomami, Nilda Gondim lamentou que o governo do ex-presidente Bolsonaro, que deveria ter prestado a devida assistência aos povos indígenas, em todos os níveis (sanitário, educacional, alimentício, de moradia etc.), tenha se mantido indiferente ao sofrimento dos yanomamis, assim como de todas as demais camadas mais vulneráveis da população brasileira.
No pronunciamento de novembro de 2021, referindo-se especificamente ao abandono e à exposição a doenças que penalizavam as comunidades yanomamis, Nilda Gondim citou como exemplo de irresponsabilidade e desumanidade a ausência de medidas simples como o abastecimento, por parte do então governo Bolsonaro, dos postos de saúde que deveriam socorrer os enfermos que necessitam de assistência médica. “E o pior de tudo é que os postos de saúde, além de desabastecidos, possuem estrutura física extremamente precária”, acrescentou, destacando informação de reportagem da TV Globo segundo a qual estudo da Fiocruz constatou que oito a cada dez crianças yanomamis estavam acometidas de desnutrição crônica naquele ano.
Nilda Gondim disse ser lamentável que, em pleno século XXI, governantes como o ex-presidente Bolsonaro continuassem permitindo que 80% das crianças de uma comunidade fossem submetidas a grave estado de desnutrição, e ainda que essas crianças sofressem com altos níveis de infestação por parasitas e, o que é ainda mais grave, com a contaminação pelo mercúrio utilizado pelos garimpeiros ilegais presentes na reserva.
Em 17 de novembro de 2021 a senadora enfatizou: “Não venho a este Parlamento, hoje, fazer uma simples crítica política ou de cunho gerencial ao governo. Venho apelar para que o Ministério da Saúde tome todas as providências necessárias ao restabelecimento do equilíbrio sanitário das comunidades yanomamis. Tais providências são fundamentais, não apenas para salvaguardar a saúde e a dignidade dos indígenas, mas também para manter viva a nossa esperança de estarmos caminhando para a formação de uma sociedade, de fato, civilizada”.
Hoje (28 de janeiro de 2023), Nilda Gondim lamenta que o Brasil tenha perdido um longo tempo com a inoperância, a incompetência e a insensibilidade de uma gestão (do ex-presidente Bolsonaro) que nada fez para garantir qualidade de vida e respeito aos direitos fundamentais das pessoas, e que só causou atraso econômico, político e social ao País. “Felizmente, a maioria do povo brasileiro conseguiu tirar o ex-presidente Bolsonaro do Planalto, por meio do sagrado e democrático direito do voto, colocando na condução dos destinos do País um governo (comandado pelo presidente Lula) capaz, democrático e verdadeiramente comprometido com os interesses da população, especialmente das classes mais vulneráveis”, ressaltou.