Policial bonzinho, um pouco atrapalhado e com gosto musical infanto-juvenil é transferido do interior para a capital do Rio de Janeiro, supostamente o antro da bandidagem e dos companheiros de trabalho (os de farda e os policiais civis) truculentos.
Aos poucos, comprova que ser um homem gentil e empático não o impede de ser um competente delegado, mesmo estando à frente de uma equipe nem sempre ágil ou inteligente.
Essa é a premissa de “B.O”, nova série de humor nacional da Netflix, protagonizada por Leandro Hassum , que estreia nesta quarta-feira (6).
Preocupado em ajudar a todos, sem distinção -como uma senhora irritada com a qualidade de um ursinho de pelúcia- Suzano, o delegado fofo interpretado pelo humorista, é apaixonado por Sandy e Junior e um bocado medroso. Todos os clichês de um adolescente inseguro cabem no papel de Hassum, que defende o policial, assim como faz com outros personagens da série.
“Essas pessoas de ‘B.O.’ são o puro suco do Brasil, que podia ser representado em qualquer lugar, mas é uma delegacia”, afirma o ator, que vive há alguns anos na Flórida, Estados Unidos.
Nos oito episódios do seriado, o personagem do comediante vai, aos poucos, mostrando que é possível endurecer sem perder a ternura jamais, mesmo em ambientes tensos como o de uma delegacia carioca.
“Suzano consegue se transformar de bundão em bonzão, e isso faz com que as pessoas mudem”, avalia Hassum, em entrevista por vídeo à reportagem.
Ele garante que a série não traz nenhuma mensagem subliminar contra as forças policiais do Rio de Janeiro. A ideia que “B.O” quer passar, em suma, é a que há pessoas boas e ruins aonde quer que se vá. “Aqui fora não é diferente, por exemplo”, compara Hassum, numa referência ao estado americano onde mora com a família.
“Vou resolver uma confusão com envio de malas, já recebi um péssimo atendimento. Fui em hospital… e o médico nem falou comigo direito. É tudo uma questão de perspectiva mesmo”, diz.
É inevitável enxergar semelhanças entre “B.O” e “Brooklyn Nine-Nine” (2013-2021), ambientada em uma delegacia fictícia de Nova York.
Hassum garante que não conhecia a produção antes de entregar os roteiros para a Netflix e que só teria sido apresentado ao seriado americano depois.
Foi coincidência, portanto, que diversas nuances de Suzano lembrem as do imaturo Jake Peralta (Andy Samberg), na produção norte-americana.
O que ajuda na diferenciação, sem dúvida, são alguns detalhes, como a adoração do policial pelos filhos do sertanejo Chitãozinho, um traço da personalidade de seu personagem que ele diz ter tirado de letra. “Sempre fui apaixonado por eles”, conta.
(JÚLIO BOLL – FOLHAPRESS)
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Fonte: Paraíba Online