Na edição deste domingo, o jornal O Estado de São Paulo publicou ampla reportagem acerca da realização de eventos grandiosos, com a presença de magistrados, e custeados por patrocinadores que têm pendências em tramitação no Judiciário.
Shows exclusivos com artistas renomados, jantar em cassino, baladas, coquetel com tudo pago em hotéis cinco estrelas, aluguel de lanchas com direito a espumante de brinde. Estas são algumas das atrações no roteiro de eventos no Brasil e na Europa oferecidos à magistratura e custeados por alguns dos maiores litigantes do País.
Os patrocinadores de seminários e fóruns com representantes da Justiça têm interesses em causas que somam ao menos R$ 158,4 bilhões entre multas, indenizações e dívidas reclamadas.
Esse valor se refere a algumas das mais importantes disputas judiciais até 2022 no Brasil sob julgamento dos magistrados presentes nos eventos.
São 30 grandes processos levantados pelo Estadão no último ano, que têm patrocinadores como partes nos autos ou declaradamente interessados nos julgamentos.
Num encontro patrocinado pela Associação Nacional das Administradoras de Benefícios (Anab), a entidade teve direito a painel no evento e usou o espaço para defender o rol taxativo da Agência Nacional de Saúde (ANS), cuja imposição estava em julgamento no Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Coordenador do congresso e relator desta causa, o ministro do STJ Luís Felipe Salomão esteve no evento.
A Confederação Nacional da Indústria (CNI), a Associação Nacional dos Registradores e o Banco do Brasil também patrocinaram o congresso da AMB.
A instituição financeira deu R$ 1,5 milhão para a realização do evento.
Do STJ, Marco Buzzi, Raul Araújo, Paulo de Tarso Sanseverino, Moura Ribeiro, Ricardo Cueva e João Otávio de Noronha estiveram em eventos no Brasil e no exterior.
Com estes ministros, o Estadão identificou pelo menos 20 causas de patrocinadores dos encontros.
Somadas, passam de R$ 11 bilhões em discussão nos autos dos processos.
Os ministros do STJ foram procurados, mas não se manifestaram.
Ainda a reportagem do ´Estadão´. A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) patrocinou eventos com magistrados no Brasil, em Portugal e nos Estados Unidos, organizados por grupos empresariais como o Lide e o Esfera Brasil.
Estiveram presentes os ministros do STF Luiz Fux, Ricardo Lewandowski, Luís Roberto Barroso, Alexandre de Moraes, Dias Toffoli e Gilmar Mendes.
Barroso sempre se julga impedido em casos de bancos por ter sido advogado de instituições financeiras.
A Febraban é parte em um julgamento no STF sobre a cobrança de PIS e Cofins que pode provocar um rombo de R$ 115 bilhões à União em caso de vitória das instituições financeiras.
*fonte: estadao
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Fonte: Paraíba Online