Greve nas universidades federais caminha para acabar esta semana

A greve de professores nas universidades federais, prestes a completar dois meses, está perto do fim. O anúncio de investimento nas instituições feito pelo governo na manhã desta segunda-feira (10), e a pressão do presidente Lula (PT) pela volta às aulas movimentaram os servidores.

O comportamento do petista incomodou o Andes (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior). Porém, o acréscimo de R$ 5,5 bilhões no orçamento dos centros de ensino agradou a entidade, foi avaliado como uma vitória dos grevistas e deve encerrar a paralisação, segundo integrantes da entidade.

É esperado um novo encontro entre representantes do sindicato e do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos ainda nesta semana para acordar o desfecho da greve, dado como certo pelo governo.

A demanda dos docentes por reajuste salarial ainda em 2024, no entanto, não será acatada. Isso já é sabido pelos grevistas e confirmado pela ministra da Gestão, Esther Dweck, que avalia ter chegado em seu limite orçamentário.

O Andes reivindica aumento de 3,69% em agosto de 2024, 9% em janeiro de 2025 e 5,16% em maio 2026. Brasília oferece 9% em janeiro de 2025 e 3,5% em maio de 2026.

INVESTIMENTO E COBRANÇA
Em meio a cobranças, o governo lançou um PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) na manhã desta segunda para as universidades federais e para os hospitais universitários, com previsão de R$ 5,5 bilhões em investimentos.

O ministro da Educação, Camilo Santana, também anunciou um acréscimo de recursos para o custeio das instituições federais, em um total de R$ 400 milhões. Desse total, R$ 279,2 milhões serão para as universidades e outros R$ 120,7 milhões para os institutos federais.

Assim, o orçamento de 2024 dos centros de ensino chega a R$ 6,38 bi. O valor já é superior aos R$ 6,26 bi de 2023.

Além de contemplar as instituições já existentes, o novo programa prevê a construção de dez novos campi pelo país, em São Gabriel da Cachoeira (AM), Rurópolis (PA), Baturité (CE), Sertânia (PE), Estância (SE), Jequié (BA), Cidade Ocidental (GO), Ipatinga (MG), São José do Rio Preto (SP) e Caxias do Sul (RS).

Mesmo com o acrescimento orçamentário, a presidente da Andifes (Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior) e reitora da Unb (Universidade de Brasília), Márcia Abrahão, cobrou uma solução para a questão salarial dos servidores das universidade.

“São trabalhadoras e trabalhadores essenciais para darmos conta de todos os desafios do país e que possuem remunerações muito defasadas, como o senhor [presidente Lula] bem sabe, ainda mais quando comparamos com carreiras que tiveram reajuste recentemente”, afirmou Abrahão.

*BRUNO LUCCA/folhapress

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Fonte: Paraíba Online

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