Paulo Ró apresentou uma música que tem voz, mas não tem letra, e nela predomina o caráter instrumental do número. Essa música – um clássico do repertório do Jaguaribe Carne – se chama Sambinha Tradicional e de tradicional não tem nada.
Sambinha Tradicional foi o melhor momento do evento Eu Canto Música de Amor, sábado (09) no Teatro de Arena do Espaço Cultural. O show coletivo arrecadou dinheiro para o tratamento do compositor Pedro Osmar, que teve um acidente vascular cerebral.
Ninguém ali foi tão Jaguaribe Carne, tão Pedro Osmar, quanto Paulo Ró fazendo o Sambinha Tradicional. Claro, Paulo Ró é irmão de Pedro Osmar e seu parceiro no grupo Jaguaribe Carne há praticamente 50 anos.
Pedro Osmar foi ao show e permaneceu no Teatro de Arena até o final do evento. Está numa cadeira de rodas, tem movimentos limitados, mas exibe sinais de que vai se recuperar. Sua presença foi festejada pelo público e pelos amigos.
Algumas performances chamaram minha atenção, além da de Paulo Ró. Destaco Adeildo Vieira fazendo Nó Cego, Fuba com Palavra Chave (parceria dele com Pedro Osmar) e Sandra Belê em Baile de Máscaras.
Gravados nos anos 1970 por Elba Ramalho, Baile de Máscaras e Nó Cego são clássicos do cancioneiro da Paraíba e estão na antologia de Pedro Osmar e do Jaguaribe Carne.
Pedro Osmar assistiu ao show num sofá colocado no alto do Teatro de Arena. De lá, partiu Naldinho Freire em voo solo e à capela. Desceu pelo meio do público e foi até o palco fazendo Eu Canto Música de Amor. Outro grande momento do show.
O som prejudicou muito as performances de Milton Dornellas (E Amor é Violência), Chico Limeira (Chá das Cinco), Titá Moura (De Aviões) e Gláucia Lima (Reforma). O evento foi mal sonorizado, mas, felizmente, isso não tirou o brilho da festa.
Velho companheiro de Pedro Osmar, Escurinho fez Robin Hood Pós, Pois. Na outra ponta, representando a novíssima geração da música da Paraíba, Regina Limeira fez muito bem Beijo, Morte, Beijo (parceria de Pedro com Jaiel de Assis), gravada por Amelinha.
O coral Voz Ativa abriu o show com Vem no Vento. Pedro Osmar ganhou um Forrofest com essa música. Todos no palco fecharam a noite com Mote do Navio.
“Lá vem a barca/Trazendo o povo/Pra liberdade/Que se conquista”. Entoando esses versos, já eram quase 11 da noite quando o público deixou o Teatro de Arena do Espaço Cultural. Foi muito bonita a festa de (e para) Pedro Osmar.
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Fonte: Jornal da Paraíba