A Polícia Federal recebeu por extradição um acusado de esquema de pirâmide por fraude com criptomoedas, investigado a partir da operação Halving, deflagrada há um ano, contra um ex-funcionário da Braiscompany. Entregue pela polícia argentina à PF nessa quarta-feira (1°), ele foi escoltado até ser recluso no presídio Serrotão, na madrugada desta quinta-feira (1), em Campina Grande, conforme decisão judicial.
O alvo havia sido preso dia 19 de junho do ano passado, em Puerto Iguazu, Argentina, 11 dias depois do alerta vermelho emitido pela Interpol. Esse alerta é para a prisão com intenção de extradição, concretizada após os trâmites entre as justiças argentina e brasileira.
Preso a partir de mandado expedido pela 4ª Vara Federal em Campina Grande/PB, o acusado é apontado como um dos diretores de empresa que captava investidores em criptomoedas com promessa de lucro de 8% ao mês.
A Operação Halving combate crimes contra o sistema financeiro e contra o mercado de capitais. Entre 2019 e 2023, estima-se que tenham sido movimentados quase R$ 2 bilhões em criptoativos, em contas vinculadas aos suspeitos do esquema criminoso.
Caso Braiscompany
A Braiscompany se envolveu em uma polêmica financeira com suspeita de atraso de pagamentos de locação de ativos digitais para clientes. Denúncias feitas nas redes sociais deram início ao caso, que desde o dia 6 de fevereiro passou a ser investigado também pelo Ministério Público da Paraíba.
Idealizada pelos sócios Antonio Neto Ais e Fabrícia Ais, a Braiscompany é especialista em gestão de ativos digitais e tecnologia blockchain. Os clientes convertiam seu dinheiro em ativos virtuais, que eram “alugados” para a companhia e ficavam sob gestão dela pelo período de um ano. Os rendimentos dos clientes representavam o pagamento pela “locação” dessas criptomoedas.
ilhares de campinenses, motivados pelo boca a boca entre parentes, amigos e conhecidos, investiram suas economias pessoais sob a promessa de um ganho financeiro ao redor de 8% ao mês. É uma taxa considerada irreal pelos padrões usuais do mercado.
Segundo a PF, nos últimos quatro anos, foram movimentados cerca de R$ 1,5 bilhão em criptomoedas, em contas vinculadas aos suspeitos, sócios da Braiscompany, que estão foragidos.
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Fonte: PARAIBA.COM.BR