Escola Dragões da Real, que homenageou João Pessoa no desfile em São Paulo, foi a quinta melhor colocada

 

 

A Mocidade Alegre é a campeã do grupo especial do Carnaval de São Paulo. Esse é o décimo-primeiro título da agremiação, que não vencia o Carnaval desde 2014 e passou anos batendo na trave. A Mocidade Alegre venceu com 270 pontos.

A Dragões da Real, escola que homenageou João Pessoa, capital da Paraíba, ficou em quinto lugar, com 269,8 pontos.

A presidente da escola, Solange Cruz Bichara Rezende, passou toda apuração rezando. Quando o veio a confirmação do título, ela parabenizou o carnalavesco Jorge Silveira, que estreou na agremiação este ano.

— Estava esperando pelo título. Em 2018, 2020 e 2022, o título estava na nossa mão, mas agora veio. É sorte, é trabalho — disse Mestre Sombra, que comanda a bateria da escola.

A escola do bairro do Limão na Zona Norte de São Paulo, levou para o Sambódromo a história de Yasuke, o primeiro samurai negro da história do Japão. Misturando elementos das culturas africana e nipônica e alas como “Samurai da Quebrada”, a agremiação quis mostrar que o jovem preto pode ser o que quiser, apesar do preconceito e discriminação. A médica e ex-campeã do Big Brother Brasil Thelma Assis foi um dos destaques da escola. Thelminha, como é conhecida, estreou como musa do abre-alas e foi ovacionada pelo público presente.

Durante boa parte da apuração, a Mocidade Alegre esteve empatada com a Mancha Verde, que terminou na segunda posição. Campeã no ano passado, a Mancha Verde apresentou um samba-enredo intitulado “Oxente: sou xaxado, sou Nordeste, sou Brasil”, o enredo da escola exaltou figuras como Luiz Gonzaga, Padre Cícero e o cangaceiro Lampião. A única filha de Maria Bonita e do cangaceiro, Expedita Ferreira, desfilou na escola aos 90 anos.

Em terceiro lugar, ficou a Império de Casa Verde, que apresentou um enredo que exaltou os ritmos de origem africana no Brasil. O samba “Império dos tambores, um Brasil Afromusical” foi um dos que mais animaram a arquibancada e os camarotes do Anhembi.

Estreante no grupo especial, a Estrela do Terceiro Milênio volta para a grupo de acesso do Carnaval paulistano. A agremiação é apoiada pelo presidente da Câmara Municipal de São Paulo, vereador Milton Leite (União Brasil), principal aliado do prefeito Ricardo Nunes (MDB). A escola do Grajaú, na periferia da Zona Sul da capital paulista, homenageou o humor, dos bobos da corte medievais aos memes da internet, passando pelo ator Paulo Gustavo, vítima da Covid-19. A Unidos de Vila Maria também foi rebaixada.

Este ano, em sorteio realizado nesta segunda-feira (20) na sede da Liga Independente das Escolas de Samba, ficou decidido que a fantasia seria o critério de desempate. A ordem de leitura de notas das escolas foi a seguinte: harmonia, bateria, enredo, alegoria, evolução, samba-enredo, comissão de frente, mestre-sala, porta-bandeira e fantasia. Tradicionalmente, a menor nota é descartada, mas é volta a valer em caso de empate.

Carnaval chuvoso e político

O Carnaval de São Paulo foi marcado por samba-enredos engajados e chuva. Na sexta-feira (17), o primeiro dia de festa, choveu pouco, mas o suficiente para alagar os camarotes e atrapalhar do desfile da Unidos de Vila Maria. As bailarinas pretendiam usar patins para deslizar pelo piso do Anhembi desistirampor conta do alto risco de queda. Encararam a Avenida de sapatilhas. A escola apresentou um samba-enredo que saudou a história do bairro da Zona Norte paulistana que batiza agremiação.

No segundo dia, choveu durante a maioria dos desfiles. Houve atrasos e os foliões recorreram à capas de chuva para não se molhar. No sábado, foi a Estrela do Terceiro Milênio que enfrentou dificuldades na Avenida. A apresentação atrasou cerca de 20 minutos devido a um problema com os equipamentos fornecidos pela Liga Independente das Escolas de Samba de São Paulo (Liga SP) que posicionam pessoas nos carros alegóricos. De acordo com dirigentes da escola, a Liga não forneceu a quantidade necessária de máquinas para alçar os destaques. Havia apenas dois carros.

Também não falou política na Avenida. A Acadêmicos do Tucuruvi, que homenageou Bezerra da Silva, ” exaltou a luta do sambista contra a fome e a opressão e saúdou a todos os “da Silva e Bezerras” do país. Uma das fantasias da escola trazia uma faixa com o escrito “presidente caô” e um chapéu de jacaré, em referência à declaração do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) de que imunizados pela vacina contra a Covid-19 poderiam se transformar no réptil. A Barroca da Zona Sul também deu seu recado político ao dedicar seu samba-enredo aos indígenas guaicurus, que, por mais de 300 anos, defenderam seu território das tentativas de invasão estrangeira.

A cultura afro-brasileira foi ressaltada outras três escolas além da campeã, Mocidade Alegre, que contou a história de Yasuke, o primeiro samurai negro da história do Japão. A Rosas de Ouro apresentou a luta do povo negro contra o racismo e por justiça. AO carro que mais chamou atenção trazia em sua dianteira uma placa com a frase que o ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, Silvio Almeida, disse quando assumiu o cargo no atual governo Lula: “’Vocês existem e são valiosos para nós”. O carro prestou homenagens, por meio de fotos, a Glória Maria, Pelé, Seu Jorge e Leci Brandão.

A escola Tom Maior homenageou as “mães pretas ancestrais”. O samba enredo levantou a arquibancada mesmo após mais de sete horas de desfile e com o sol começando a nascer. Já a Império de Casa Verde apresentou um enredo que exaltou os ritmos de origem africana no Brasil. O samba “Império dos tambores, um Brasil Afromusical” foi um dos que mais animaram a arquibancada e os camarotes do Anhembi.

A Gaviões da Fiel celebrou a liberdade religiosa, fazendo referência a Chico Xavier e a Jesus Cristo. A agremiação contou com um empurrãozinho importante: a arquibancada cantava a plenos pulmões o samba-enredo.

O Nordeste também passou pelo Sambódromo. Campeã no ano passado, a Mancha Verde apresentou um samba-enredo intitulado “Oxente: sou xaxado, sou Nordeste, sou Brasil”, o enredo da escola exaltou figuras como Luiz Gonzaga, Padre Cícero e o cangaceiro Lampião. A única filha de Maria Bonita e do cangaceiro, Expedita Ferreira, desfilou na escola aos 90 anos. A escola Dragões da Real, fundada por integrantes da torcida organizada do São Paulo, homenageou João Pessoa, capital da Paraíba.


Clique aqui para ler a notícia em seu site original
Fonte: WSCOM

Total
0
Shares
Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Anterior
Unidos do Roger conquista 1º lugar no Carnaval Tradição e se torna a vencedora da categoria ‘Escola de Samba’

Unidos do Roger conquista 1º lugar no Carnaval Tradição e se torna a vencedora da categoria ‘Escola de Samba’

    As agremiações campeãs do Carnaval Tradição de João Pessoa foram conhecidas

Próximo
Treze anuncia quatro reforços para se manter na luta pelo título
Treze anuncia quatro reforços para se manter na luta pelo título

Treze anuncia quatro reforços para se manter na luta pelo título

Foto: Ascom/Treze Com o Campeonato Paraibano apenas em disputa, o Treze decidiu

Você também pode se interessar
Fonte-+=