O escândalo de corrupção envolvendo o padre Egídio de Carvalho Neto, de 56 anos, ex-diretor do Hospital Padre Zé, em João Pessoa, foi tema de uma reportagem exibida pelo programa Fantástico, da TV Globo, neste domingo (19). O religioso foi preso na última sexta-feira (17) por suspeita de desviar R$ 140 milhões da unidade de saúde filantrópica, que atende pessoas carentes.
A reportagem mostrou os detalhes do império que o padre teria construído com o dinheiro do Instituto São José, que mantém o Hospital Padre Zé. Entre os bens do religioso, estão 29 imóveis de luxo em estados como a Paraíba, Pernambuco, São Paulo e Paraná. Um deles é uma cobertura no bairro do Cabo Branco, em João Pessoa, avaliada em R$ 2,4 milhões.
Além dos imóveis, o padre também gastava com obras de arte, animais de estimação de alto valor, como os cães da raça lulu da Pomerânia, e viagens internacionais. O Fantástico mostrou imagens do padre em Paris, na França, e em Roma, na Itália, onde ele teria se encontrado com o Papa Francisco.
O Ministério Público da Paraíba, por meio do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), investiga o caso desde 2019. Segundo o promotor de Justiça Dennis Carneiro, o padre tinha total controle sobre o dinheiro do Instituto São José e não prestava contas de suas movimentações financeiras.
“O dinheiro transitava da forma que ele queria. Isso tudo aliado a uma completa e absoluta desorganização documental. O Instituto São José não tem quase nenhum documento patrimonial. De acervo, de estoque, nenhum”, disse o promotor ao Fantástico.
O padre Egídio nega as acusações e diz que os imóveis são fruto de doações e heranças. Ele também afirma que nunca desviou dinheiro do Hospital Padre Zé e que sempre trabalhou para melhorar a qualidade do atendimento aos pacientes.
O Hospital Padre Zé é uma instituição filantrópica que atende pessoas carentes com doenças infectocontagiosas, como tuberculose, hanseníase e HIV. O hospital recebe recursos públicos e privados, além de doações da sociedade.
A prisão do padre Egídio foi determinada pelo desembargador Ricardo Vital, do Tribunal de Justiça da Paraíba, que atendeu a um recurso do Ministério Público. O religioso está detido no 1º Batalhão da Polícia Militar, em João Pessoa, e deve ser transferido para um presídio nos próximos dias. Ele responde pelos crimes de lavagem de dinheiro, organização criminosa, falsidade ideológica e sonegação fiscal.
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Fonte: WSCOM