Em seu novo poema, Réquiem, Maria do Desterro Leiros da Costa reflete sobre a Paixão de Cristo

Religiosos e políticos,
Com altivo desembaraço,
Tramaram fazer do Messias
Um exemplo de fracasso;

Reuniram suas cúpulas,
Luxo, pompa e circunstância,
Respirando ameaças
Com calúnias e arrogância.

Na cegueira voluntária
E cupidez das riquezas,
Entregaram-se às mentiras,
Deram lugar às torpezas.

Tornaram-se insensíveis
À presença do Deus vivo,
Não ouviram a repreensão,
Chamaram-No: subversivo!

Mandaram trazer o Mestre,
De alto abaixo o examinaram,
Disseram: é de carne e osso!
Com escárnio o desprezaram.

Contrastava a mansidão-
Corpo de magra figura,
Olhos inchados de pranto-
Com inabalável postura.

Riram, cuspiram em Sua face,
Decretaram Seu martírio,
Celebraram o absurdo
No mais insano delírio.

Rasgaram a Sua túnica,
Trataram-No com açoites,
Com perjúrio O acusaram
Na mais sombria das noites.

Mesmo em tanto sofrimento,
Nosso Irmão de alma pura,
Não negou a Sua essência,
Nem entregou-Se à amargura…

E a morte inflou seu peito,
Mostrou seus dentes de aço,
Cravou Seu crânio com espinhos
Feriu na cruz os Seus braços.

Sedento, de pés descalços,
Na vereda dolorosa,
O Salvador arquejava
Ante a pena desonrosa.

Sangue e suor encobriam
Sua face desfigurada,
Quando pingavam nas pedras,
Deixavam rubras pegadas.

Jerusalém fervilhava
Na Páscoa definitiva,
Quem antes gritava Hosana,
Agora brada: não viva!

Seguiam-No de bem perto,
Uníssonos na agonia:
Madalena, João, o amigo,
Juntos à amada mãe, Maria.

No trajeto do tormento,
De vez em quando os fitava,
Seu amor dava-Lhes forças
E assim Ele os consolava.

Suportou o sofrimento
Da morte sob tortura,
O mais hediondo pecado,
Contra qualquer criatura.

Sua história é um manifesto,
Registrado em testamento,
Denunciando a tortura
Como dolo ao sacramento.

A crueldade dos humanos
Não abalou Sua essência
Entregou-se inteiramente
Por amar a descendência.

Encarou Seu sacrifício
Para destronar a morte
Salvando os que Nele creem,
Dando vida, paz e Norte.

Ao morrer, abriu Caminho,
Uma rota sobrenatural,
Religando os céus à terra
No domínio espiritual.

“Tudo está consumado!”
Declarou à eternidade,
Inaugurando o Seu reino
De paz, justiça e verdade.


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Fonte: WSCOM

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