O viúvo de Danielle Morais, Jorge Elô, divulgou uma carta aberta nesta quarta-feira (26), nas redes sociais, contestando declarações feitas pelo prefeito de Campina Grande, Bruno Cunha Lima (União Brasil), sobre a possível existência de uma condição genética que teria causado as mortes da esposa e do bebê do casal no Instituto de Saúde Elpídio de Almeida (ISEA). Danielle faleceu na terça-feira (25), após sofrer um AVC hemorrágico, semanas depois da morte do bebê e da retirada de seu útero devido a complicações no parto.
Na carta, Jorge rebate a hipótese levantada pelo prefeito durante uma coletiva de imprensa no mesmo dia do enterro de Danielle, descrevendo a declaração como desrespeitosa. “Se há humanidade, peço que não toque em nossas dores. A dor que estamos sentindo já é imensa. Tenha respeito por tudo o que ocorreu”, afirmou.
Jorge também reforçou que Danielle recebeu acompanhamento médico rigoroso durante toda a gestação, com exames regulares indicando que mãe e bebê estavam saudáveis. “Quando houve o trombo aos seis meses de gestação, ele [médico] recomendou a medicação anticoagulante, e ele tem absoluta certeza de que essa medicação não deixou de ser aplicada nenhum dia sequer”, relatou.
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O viúvo exigiu que sejam questionados diretamente os profissionais envolvidos, incluindo o ginecologista particular responsável pelo pré-natal e que também estava de plantão na noite do parto. “Pergunte também ao outro médico que a operou se ele já tinha visto um útero se romper da forma como o dela rompeu e se esse tipo de rompimento pode ser causado pelo excesso de medicação para indução do parto”, disse Jorge.
Em outro ponto da carta, ele pede que a gestão municipal investigue detalhadamente as ações da equipe médica do ISEA. “Foram diversos sinais de alerta de que algo estava errado. A equipe negligenciou. Não agiu com a agilidade necessária”, afirmou.
Jorge concluiu cobrando posicionamento claro da Prefeitura de Campina Grande sobre o caso. “Pare de nos ferir e cumpra seu papel de mostrar os verdadeiros culpados à sociedade, ao invés de querer culpar a vítima no dia de seu velório e enterro”, finalizou.
A Secretaria Municipal de Saúde já havia anunciado anteriormente a abertura de uma sindicância para apurar os procedimentos realizados durante o atendimento à paciente. O Ministério Público da Paraíba e a Polícia Civil seguem investigando o caso.
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Fonte: WSCOM