Economia: o que você precisa saber no começo desta quarta-feira

Foto: Marcelo Casal Jr/ Agência Brasil

Foto: Marcelo Casal Jr/ Agência Brasil

O que esperar da reunião do BC sobre juros, Google libera seu chatbot ao público e outros destaques do mercado nesta quarta-feira (22).

**O QUE ESPERAR DO COPOM**
Mesmo com a forte pressão de membros do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e até de representantes da indústria e outros setores da economia nacional, a aposta é que o Copom, do Banco Central, deve manter a Selic parada nos 13,75% ao ano na reunião desta quarta (22).

O QUE EXPLICA
Para os economistas ouvidos pelo jornal Folha de S.Paulo, ainda pressionadas e distantes da meta, as expectativas de inflação para 2024 –ano alvo da atual decisão do BC– não abrem espaço para um corte de juros neste momento.

Essa visão é predominante entre analistas do mercado, que têm uma divisão maior acerca de quando o BC começará a cortar os juros, se a partir do segundo semestre ou ainda antes do meio do ano.

As discussões sobre uma possível antecipação na redução de juros começaram a ganhar força no início do mês.

Contribuíram para a pressão os temores de uma crise de crédito, gerados pelo caso Americanas e pela série de renegociação de dívidas de varejistas, além do cenário de desaceleração da economia. A confusão bancária lá fora também deu uma força.

Um evento do BNDES nesta semana virou palco para críticas ao BC. Josué Gomes, presidente da Fiesp, chamou as taxas de juros no Brasil de “pornográficas”, enquanto Joseph Stiglitz, vencedor do Prêmio Nobel em 2001, disse que o patamar da Selic é chocante.

Nesta terça, o presidente Lula disse que vai continuar “batendo” e “tentando brigar” para que a Selic possa ser reduzida.

Nos EUA, o Fed (banco central americano) passa por sinuca semelhante. A falência do SVB e do Signature Bank motivaram pressões para que a autoridade não aumente os juros na reunião desta quarta.

A tendência, porém, é de uma nova alta de 0,25 ponto percentual.

**BETS TERÃO QUE PAGAR PARA OPERAR**
O Ministério da Fazenda prepara uma medida provisória para regulamentar e tributar as apostas esportivas que também trará um dispositivo para exigir que as empresas do setor paguem um valor para operar no Brasil, segundo a agência Reuters.

Segundo a Reuters, os valores a serem cobrados das empresas ainda estão em definição.

ENTENDA
Uma lei aprovada em 2018 pelo Congresso previa que o governo deveria regulamentar em um prazo de até quatro anos as apostas esportivas de alíquotas fixas, ou seja, aquelas em que o apostador sabe quanto pode ganhar no momento em que tenta a sorte.

A Folha de S.Paulo mostrou que havia uma minuta pronta na Casa Civil do governo Bolsonaro (PL), mas a proposta não foi apresentada, e a União não consegue tributar o setor.

APOIO
A cobrança da outorga é bem recebida pelas casas de aposta. O presidente do Instituto Brasileiro Jogo Legal, Magnho José, afirmou que a maior parte dos países que regulamentam as apostas esportivas cobra outorga e tributos sobre o setor.

Para o CEO da empresa de apostas esportivas Galera.bet, Marcos Sabiá, a cobrança da outorga pode funcionar como uma medida de aferição da capacidade financeira da empresa.

COMO É HOJE
As companhias, com sede no exterior, podem operar no Brasil sem ter de pagar impostos ou prestar contas ao governo.

Isso cria, segundo especialistas, não só maior margem para esquemas de corrupção e lavagem de dinheiro, mas também impede que o país tenha arrecadação com a atividade.

Segundo dados do setor, ao menos 20 companhias já operam no mercado de apostas esportivas online no Brasil. Entre as marcas, estão Bet365, Sportingbet, Sportsbet, Pixbet e Betano.

Foto: Arquivo/ABr

Foto: Arquivo/ABr

**GOOGLE ENFIM LIBERA O RIVAL DO CHATGPT**
Quatro meses após o lançamento do ChatGPT, tido como a maior ameaça ao seu império nas buscas, o Google disponibilizou ao público nesta terça o seu chatbot, chamado de Bard.

A ferramenta, que vinha sendo testada por pesquisadores, estará disponível para um número limitado de usuários nos EUA e Reino Unido e será liberada para mais usuários, países e idiomas ao longo do tempo, disseram executivos da big tech.

COMO FUNCIONA
Ao contrário do que fez a Microsoft, que incorporou a tecnologia do ChatGPT em seu motor de pesquisas Bing, o Google lançou o Bard como uma página de web separada.

Ao final de cada resposta, aparece um botão “Google it” que conduz os usuários a uma nova aba com uma página de resultados de busca convencionais do Google sobre o assunto.

Os executivos apresentaram o Bard como uma ferramenta para redigir emails e poemas e oferecer orientação sobre como envolver as crianças em novos passatempos, por exemplo a pesca.

Nas capturas de tela compartilhadas pela empresa, os usuários são apresentados a uma caixa de bate-papo em branco com um aviso abaixo dela: “o Bard pode exibir informações imprecisas ou ofensivas que não representam as opiniões do Google”.

POR QUE A DEMORA?
O Google testa a tecnologia que embasa o Bard desde 2015, mas vinha adotando um tom mais cauteloso na liberação ao público, preocupada que o chatbot pudesse reproduzir vieses ou preconceitos, além de informações inverídicas.

Os projetos foram acelerados, porém, com a popularização do ChatGPT, que gerou um “alerta vermelho” dentro do Google, conforme relatou o New York Times.

Recentemente, a Microsoft decidiu limitar o número de interações que um usuário pode ter com seu chatbot em uma mesma sessão. O anúncio veio após viralizarem conversas em que o robô “ameaçava” usuários por considerá-los como um risco a sua integridade.

**NESTLÉ RECONHECE QUE PARTE DE SEUS PRODUTOS NÃO SÃO SAUDÁVEIS**
A fabricante Nestlé, maior empresa de alimentos do mundo, divulgou pela primeira vez um relatório acerca do valor nutricional de seus alimentos com base em uma pontuação comumente usada no mercado.

O resultado foi que menos da metade dos produtos mais vendidos pode ser considerada “saudável” segundo a definição HSR (health star rating).

ENTENDA
Alimentos que tenham nota abaixo de 3,5 nessa classificação não são considerados “geralmente saudáveis”, de acordo com a entidade sem fins lucrativos Access to Nutrition Initiative.

O HSR leva em consideração o nível de gorduras saturadas, açúcar e sal em produtos individuais, além de “nutrientes positivos”, como fibras, frutas e vegetais.

A fabricante dividiu em relatório suas vendas líquidas em quatro categorias:
– 17% vieram de produtos com pontuação HSR inferior a 1,5;
– 18% delas com notas entre 1,5 e 3,5;
– 30% com classificação de pelo menos 3,5;
– Os 35% restantes vieram de produtos para pets e outros aos quais o HSR não se aplica.

A Nestlé afirma que foi a primeira no setor a relatar o valor nutricional de todo o seu portfólio global e que já fez “grande progresso” na redução de sódio, açúcar e gorduras saturadas.

Os executivos do setor, porém, argumentam que há limites para esse tipo de produto.
“Categorias relacionadas ao prazer [como confeitaria] não serão transformadas em categorias relacionadas à saúde”, disse o CEO da Nestlé, Mark Schneider.

**O QUE MAIS VOCÊ PRECISA SABER**
MERCADO
Lula afirma que anúncio da regra fiscal ficará para abril, quando voltar da China. Presidente disse que proposta está ‘madura’, mas que não é preciso ter pressa.

BANCO CENTRAL
Lula escolhe economista do mercado e servidor de carreira para diretorias do BC. Rodolfo Fróes ficará com o cargo de Política Monetária e Rodrigo Monteiro será titular da área de Fiscalização.

MERCADO
Governo vai lançar pacote de medidas para destravar crédito. Entre as ações, secretário da Fazenda elenca facilitar acesso de bancos a dados da Receita e acabar com teto de juros para empréstimos entre particulares.

JBS
Justiça determina transferência do comando da Eldorado para a Paper Excellence. Decisão é revés para a J&F, que vendeu empresa a grupo indonésio em 2017, mas posteriormente tentou reverter o negócio.

ELISABETH BORNE
‘Dama de ferro’ da França, Elisabeth Borne é rosto da reforma que incendeia o país. Segunda mulher a ser primeira-ministra foi de ‘pupila da nação’ a representante de polêmica medida sobre aposentadoria.

(ARTUR BÚRIGO – FOLHAPRESS)


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Fonte: Paraíba Online

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