Economia: leia o resumo das principais notícias

Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Meta recebe multa recorde da União Europeia por armazenar dados de usuários europeus nos EUA e pressiona por acordo entre governo americano e o bloco. Campos Neto fala sobre inflação, mudança da meta e autonomia do BC e outras notícias do mercado nesta terça-feira (23).

**MULTA RECORDE À META**

A Meta (dona de Facebook, Instagram e WhatsApp) foi multada em 1,2 bilhão de euros (R$ 6,4 bilhões) nesta segunda pela UE (União Europeia) por violar regras de proteção de dados do bloco.

É a maior penalidade do tipo já aplicada a uma empresa no continente.

Entenda: a empresa de Mark Zuckerberg foi condenada por ter continuado a transferir e armazenar nos EUA dados pessoais de usuários do Facebook na Europa.

A decisão também exige que a Meta suspenda essa prática em até cinco meses.

A investigação começou em 2020, após a Justiça europeia ter anulado um acordo de transferência de dados de usuários entre os EUA e os países do bloco.

A Meta afirma que a sanção é “injustificada e desnecessária” e irá ao tribunal para tentar suspendê-la.

A companhia também disse que “milhares de empresas e organizações dependem da capacidade de transferir dados entre a UE e os EUA” e que “existe um conflito legal fundamental do governo americano sobre o acesso a dados e direitos de privacidade europeus”.

A multa histórica põe pressão no governo dos EUA para acelerar um acordo com a UE para o tratamento de informações de usuários europeus por empresas americanas.

A Meta não é a única a fazer isso e outras empresas também podem acabar sendo penalizadas.

**ESTADO DE EMERGÊNCIA APÓS CASOS DE GRIPE AVIÁRIA**

O Ministério da Agricultura decretou nesta segunda estado de emergência zoossanitária em todo o país diante dos casos de infecção pelo vírus da influenza aviária de alta patogenicidade (H5N1).

A portaria deve vigorar pelo prazo de 180 dias, podendo ser prorrogado por prazo indeterminado

Entenda: a decisão serve para agilizar ações de monitoramento e eventuais medidas para mitigação.

A portaria, por exemplo, tem como efeito suspender feiras de exposição de aves. Para o consumidor, não há nenhuma mudança por ora.

A ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal) reforça que não há mudanças no status brasileiro de “livre da enfermidade” perante a OMSA (Organização Mundial de Saúde Animal), por não haver registros na produção comercial.

A doença: a influenza aviária é altamente contagiosa e afeta várias espécies de aves domésticas e silvestres e, ocasionalmente, mamíferos.

Seu principal fator de transmissão é a exposição direta a aves silvestres infectadas, e ela não é repassada pelo consumo de carne de aves e nem de ovos.

Na semana passada, o Brasil registrou o primeiro caso de gripe aviária em seu território. A doença apareceu em duas aves marinhas no litoral do Espírito Santo.

Desde então, as confirmações já subiram para cinco –nenhuma em humano.

Foto: Marcelo Casal Jr - Agencia Brasil

Foto: Marcelo Casal Jr/Agência Brasil

**CAMPOS NETO ALERTA PARA MUDANÇA DE META SEM ‘CALMARIA’**

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que mudar as metas de inflação durante uma turbulência econômica pode passar uma mensagem errada ao mercado: a de que se procura mais flexibilidade e não mais eficiência.

O assunto voltou à pauta após o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ter comentado sobre a possibilidade de mudar o recorte de tempo para observação da meta de inflação, que seria desvinculada do ano-calendário e passaria para um horizonte móvel.

A mudança na meta de inflação é definida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional), com votos de Haddad, Campos Neto e da ministra do Planejamento, Simone Tebet. O órgão define em junho a meta de 2026.

Campos Neto também rebateu os argumentos de quem afirma que a atual inflação é resultado de um choque de oferta e não causada pela demanda –o que, na opinião dos críticos do BC, tornaria a alta de juros pouco efetiva.

O presidente da autarquia citou que o núcleo da inflação (que tira da conta preços voláteis, como combustível e energia) está em 7,3%, bem acima da meta para o ano, de 3,25%.

Ele falou sobre o assunto nesta segunda (22), durante seminário sobre os dois anos de autonomia do BC promovido pela Folha, com patrocínio da Febraban (Federação Brasileira de Bancos).

O tema principal do seminário foi discutido por Campos Neto e também pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), assim como pela professora titular do Departamento de Economia da USP, Leda Paulani:

Campos Neto: “Os ganhos da autonomia estão aí. Se a gente não tivesse autonomia, no período de eleição a gente teria tido mais volatilidade nos mercados. É importante separar o ciclo político do ciclo econômico”.

Rodrigo Pacheco: defendeu a decisão, mas se colocou aberto à discussão do assunto. Segundo o parlamentar, “se a decisão foi acertada ou não, só o tempo dirá”.

Leda Paulani: contra a autonomia, ela disse que a regra coloca, atualmente, entraves à ação de um governo eleito. A professora disse que o BC pode ser independente do governo, mas não do sistema financeiro “que escraviza o Brasil há quatro décadas”.

**MERCADO VÊ INFLAÇÃO MENOR E PIB MAIOR**

Os analistas do mercado reduziram suas projeções para a inflação deste e do próximo ano e melhoraram as expectativas para o PIB, mas mantiveram suas projeções para a taxa Selic ao fim de 2023.

Os cálculos são da pesquisa Focus, feito semanalmente pelo BC junto a economistas do mercado.

Em números:

Inflação: a expectativa para o IPCA deste ano recuou de 6,03% na semana passada para 5,80% na sondagem atual, enquanto para 2024 a projeção passou para 4,13%, ante 4,15% da semana anterior.

Segundo economistas e o próprio presidente do BC, o novo cálculo para a inflação de curto prazo pode estar relacionado à queda dos preços dos combustíveis.

Selic: a perspectiva dos economistas para a taxa ao fim de 2023 foi mantida em 12,50% pela quinta semana consecutiva, o que embute uma queda de 1,25 ponto percentual em relação à taxa básica atual.

PIB: o mercado vê crescimento de 1,20% neste ano, ante expansão de 1,02% calculada na semana anterior. Campos Neto disse que as projeções tendem a se estabilizar em torno de 1,5%.

(ARTUR BÚRIGO – Folhapress)


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Fonte: Paraíba Online

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