Economia: destaques na manhã desta terça-feira

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Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Plano de recuperação da Americanas, Amazon faz cortes em áreas lucrativas e o que importa no mercado e outros destaques do mercado nesta terça-feira (21).

**O PLANO DA AMERICANAS AOS CREDORES**
A Americanas entregou nos últimos minutos desta segunda (20) o seu plano de recuperação judicial que será discutido em assembleia com credores a ser realizada até o fim de junho. A varejista tem dívidas declaradas de R$ 43 bilhões.

A primeira versão do plano apresentado por uma empresa nessa situação costuma ser contestada pelos detentores da dívida.

O próprio CEO da Americanas, Leonardo Coelho, considera essa possibilidade como “provável”, mas afirma que o plano apresenta a “espinha dorsal” das negociações feitas nos últimos 45 dias.

OS PRINCIPAIS PONTOS DO DOCUMENTO APRESENTADO PELA AMERICANAS
– Aporte dos acionistas: o documento fala em um injeção de R$ 10 bilhões que viria dos acionistas de referência da companhia, o trio de bilionários Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles.

O valor representa um avanço em relação ao início das negociações, quando a oferta foi de injeção de R$ 7 bilhões, mas os bancos –os maiores credores da companhia– ainda esperam por um patamar próximo a R$ 12 bilhões.

Em um sinal de reconhecimento do avanço das tratativas nesse sentido, o BTG aceitou um acordo de paz por 30 dias na Justiça, em que o banco e a varejista suspenderam sete processos.

– A empresa apresenta diferentes opções aos credores. Uma delas é a possibilidade de conversão de até R$ 10 bilhões em dívidas em ações da companhia, aliada à recompra de parte do passivo com 60% de desconto sobre o valor de face.

Há ainda um leilão reverso de recompra das dívidas com desconto mínimo de 70%, a opção de reestruturação de dívida subordinada, com a emissão de debêntures, e a possibilidade de ter seu passivo descontado em 80% e pago em 2043.

A varejista também registrou planos de pagamentos aos fornecedores.

– Venda de ativos: a empresa fala da possibilidade de venda do hortifruti Natural da Terra, da Uni.co, das marcas Puket e Imaginarium, e de um jatinho corporativo. A expectativa do CEO é arrecadar de R$ 2 bilhões a R$ 3 bilhões com esses ativos.

E AGORA?
Em assembleia a ser realizada até junho, os credores votarão pela aprovação, rejeição ou modificação do plano. Em caso de rejeição e da negativa dos credores em apresentar um plano alternativo, a empresa vai à falência, alternativa que não seria boa para ninguém.

**AMAZON FAZ CORTES EM ÁREAS LUCRATIVAS**
Repetindo o que fez a Meta na semana passada, a Amazon anunciou sua segunda rodada de demissões em massa. Desta vez, serão cortados cerca de 9.000 empregos em suas unidades de serviços de nuvem, publicidade e Twitch.

EM NÚMEROS
Somando o anúncio desta segunda e o feito na primeira semana do ano, o corte total resultará em 18 mil demissões, ou cerca de 2% do total de funcionários que a Amazon tinha no fim de 2022.

A empresa fundada por Jeff Bezos é a segunda maior empregadora dos EUA, atrás apenas do Walmart.

O setor de tecnologia como um todo está reduzindo sua força de trabalho depois de um boom de contratações na pandemia.

A nova leva de cortes da Amazon simboliza como nem os trabalhadores das áreas mais lucrativas das empresas estão a salvo.

Ao contrário do outro anúncio, em que foram dispensados funcionários de áreas pouco lucrativas da companhia, como a de dispositivos e a de recursos humanos, desta vez as demissões são nos setores que trazem grana para a empresa.

Só o serviço de nuvem, o Amazon Web Services, cresce anualmente a dois dígitos e é de longe o mais lucrativo da companhia. A área de publicidade sozinha trouxe US$38 bilhões em receita em 2022. Ambos, porém, crescem em ritmo menor do que antes.

MAIS SOBRE DEMISSÕES EM TECNOLOGIA
A Creditas, um dos poucos unicórnios (startups avaliadas em US$ 1 bi ou mais) brasileiros que não haviam anunciado um corte em massa, disse que planeja desligar 95 funcionários e fechar duas lojas.

Os cortes serão focados no setor de reparos de veículos da empresa, que será terceirizado.

Foto: Ascom/Volkswagen

Foto: Ascom/Volkswagen

**FÉRIAS FORÇADAS NAS MONTADORAS**
Grandes montadoras com fábricas no Brasil decidiram conceder férias coletivas em suas plantas para conter o crescimento do estoque em meio à irregularidade no fornecimento de componentes.

A GM deixará 80% do pessoal parado por 17 dias em São José dos Campos (SP). A maior parte da produção da fábrica é dedicada à picape S10; há também a produção de Trailblazer.

A pausa na Hyundai em Piracicaba (SP) começou nesta segunda (20) e vai até 2 de abril. A paralisação afeta os três turnos de produção de veículos e as equipes administrativas, chegando a 2.000 funcionários.

A Volkswagen promoverá férias a partir do dia 27. Segundo a montadora, até 5 de abril haverá manutenção na linha de produção. O sindicato fala em 2.000 trabalhadores parados no período.

Em Goiana (PE), onde a Stellantis (dona da Fiat, Jeep, Peugeot e Citröen) produz três modelos da Jeep (Commander, Compass e Renegade) e o Fiat Toro, a montadora vai dar férias coletivas de 27 de março e 6 de abril. Um dos três turnos para de quarta (22) até 10 de abril.

O QUE EXPLICA
Os motivos relatados pelas fabricantes são semelhantes. São citadas a instabilidade no fornecimento de componentes –que ainda sente os reflexos da desordem causada pela pandemia– e a tentativa de evitar o acúmulo de estoques.

Os juros altos e a redução do poder de compra do brasileiro afetam a venda das montadoras. A situação é oposta à dos últimos dois anos anos, quando a demanda superou a oferta, ainda abalada pela pandemia.

**O DIA SEGUINTE**
O primeiro pregão após o acordo para o UBS comprar o Credit Suisse foi de leve calmaria nos principais mercados globais. No Brasil, a Bolsa descolou do exterior, com os investidores atentos às falas de autoridades locais sobre as novas regras fiscais do governo.

EM NÚMEROS
O Ibovespa fechou em queda de 1,04%, a 100.922 pontos, renovando a mínima do ano e no pior patamar desde 27 de julho de 2022. O dólar caiu 0,53%, a R$ 5,242.

O QUE EXPLICA
O mercado espera ansioso pela apresentação do arcabouço fiscal que substituirá o teto de gastos no Brasil.

O jornal Folha de S.Paulo mostrou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pediu ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que amplie as conversas com o mundo político e com economistas, em meio à pressão do PT por mais gastos.

Nesta segunda (20), Lula disse que investimentos e avanços sociais não podem ser considerados como despesas. “Livros de economia estão superados, é preciso criar uma nova mentalidade sobre a razão de a gente governar”, disse o presidente.

Mais cedo, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) disse que a nova regra fiscal deve combinar a curva da dívida pública, superávit primário e um mecanismo de controle de gastos.

Lá fora, as Bolsas europeias fecharam em alta de cerca de 1%, assim como os principais índices nos EUA.

As ações do Credit Suisse despencaram 55%, acompanhando o preço acordado para a compra do banco pelo UBS em troca de ações. Os papéis do UBS subiram 1%.

Nos EUA, os bancões fecharam em leve alta, mas o temor continuou sobre o First Republic, banco regional que vem sofrendo uma avalanche de saques mesmo após ter garantido US$ 30 bilhões em depósitos de outras instituições.

Nesta segunda, suas ações caíram 47%, com tombo acumulado de 90% em março.

**O QUE MAIS VOCÊ PRECISA SABER**

MERCADO
Haddad diz que faltam ‘detalhes’ para anunciar regra fiscal e avalia lançar junto com marco para PPPs. Ministro da Fazenda se reuniu com a cúpula do Congresso nesta segunda-feira (20).

JUROS
‘Pornográficos’, ‘chocantes’: Evento do BNDES vira palco para crítica a juros às vésperas do Copom. Mercado espera manutenção da Selic em 13,75% em anúncio desta quarta-feira.

AGRONEGÓCIO
Joesley em viagem com Lula é rearranjo de relações com a China, diz aliado de ministro. Comitiva que vai à Ásia inclui quase 200 nomes do agronegócio e de outros setores da economia.

TIKTOK
Base de usuários de TikTok nos EUA cresce 50% em dois anos e chega a 150 milhões. Anúncio vem antes de depoimento de CEO da rede social a Congresso norte-americano nesta quinta.

TWITTER
Twitter passa a responder à imprensa com emoji de cocô. Figurinha é enviada de forma automática toda vez que se contata email da empresa.

(ARTUR BÚRIGO – FOLHAPRESS)


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Fonte: Paraíba Online

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