Startup que leva IA ao alto-mar recebe investimento de R$ 10 milhões. Tidewise promete redução de custos e menor impacto ambiental com embarcação não tripulada.
*STARTUP DA SEMANA: TIDEWISE*
O quadro traz às segundas o raio-x de uma startup que anunciou uma captação recentemente.
A startup: fundada em 2019, ela tem uma embarcação não tripulada que usa IA (inteligência artificial) para prestar serviços de caracterização do ambiente marítimo, como batimetria (medição da profundidade do leito do mar) e monitoramento da qualidade da água.
Em números: a startup recebeu um investimento de R$ 10 milhões em uma rodada que ainda não foi encerrada, na qual ela espera captar mais R$ 5 milhões, me disse o CEO Rafael Coelho. Ele é um dos fundadores da empresa, ao lado de Sylvain Joyeux.
Quem investiu: o aporte foi feito pelo fundo MSW Multicorp II, que tem entre seus investidores Embraer, Baterias Moura, BB Seguros e AgeRio, agência de fomento do Rio.
Que problema resolve: a startup diz ter desenvolvido uma tecnologia única no Brasil. Ela presta serviços para clientes como Petrobras, Repsol e Shell com um barco controlado à distância por um operador –em vez de uma embarcação que faz o trabalho com três pessoas a bordo, disse Coelho.
“Como é um robô, é diferente de uma embarcação tripulada, que quando chega às 8 horas de trabalho, você tem que voltar para um ponto de apoio para trocar a tripulação e depois retornar a campo. Isso gera um ganho operacional enorme”, falou o CEO.
Por que é destaque: a Tidewise afirma que sua embarcação diminui o risco das operações das empresas e reduz em até 98% o impacto ambiental do serviço. Isso porque ela é movida por um motor híbrido, com eletricidade e diesel.
Coelho disse que o serviço de caracterização do ambiente marítimo deve ganhar ainda mais importância com a adoção das eólicas offshore (no mar) no Brasil.
O setor está na mira de petroleiras –entre elas, a Petrobras– dado o potencial do país nesse mercado. O assunto também está na pauta do governo, que trabalha para destravar sua regulamentação.
Com o investimento, a Tidewise quer passar de uma embarcação para quatro e montar um centro de controle para operar esses barcos simultaneamente.
*ROBÔS COZINHEIROS*
Os robôs assistentes começam a ganhar espaço nas cozinhas internacionais ao passar café, fritar frango e até fazer pizza. Esse tipo de assistência é popular principalmente na Coreia do Sul, país com a menor taxa de natalidade do mundo.
O que explica: a procura por robôs acontece em mercados onde a mão de obra é escassa e cara, caso de países com uma população mais idosa. No território sul-corenano, há um robô colaborativo para cada dez operários, segundo a Bloomberg.
Duas empresas são as principais do mercado: a Rainbow Robotics, apoiada pela Samsung e que tem valor de mercado de 3 trilhões de wons (R$ 11,2 bilhões), e a Doosan, que levantou US$ 312 milhões (cerca de R$ 1,6 bilhões) em seu IPO, que a avaliou em 1,7 trilhão de wons (R$ 6,4 bilhões).
A Doosan oferece 13 configurações de braços robóticos. Entre suas funções, está fritar por imersão a 170º C, passar três expressos em 15 segundos, cozinhar macarrão com qualidade consistente, servir sorvete e tirar chope da torneira.
Já duas startups que fazem pizza, uma americana e outra francesa, não tiveram o mesmo sucesso.
Enquanto a francesa Pazzi, que tinha um robô que abria a massa, adicionava molho e colocava a pizza no forno fechou as portas, a Zume, dos EUA, mudou de área e foi para a produção de embalagens sustentáveis e criação de cozinhas móveis.
E aqui? O preço desses utensílios inteligentes ainda é visto como um impeditivo para as empresas.
A mineira Quality Systems, em parceria com a chinesa Keenon, vai importar robôs “garçom”, que podem recepcionar clientes, entregar comida e levar pratos sujos para a cozinha. Eles irão custar a partir de R$ 100 mil.
*NORDESTE DEVE PUXAR CRESCIMENTO DO BRASIL*
O Nordeste deve ser a região com maior crescimento econômico no país no período 2025-2033, segundo projeções da Tendências Consultoria.
Em números:
3,4% por ano deve ser o crescimento médio do PIB do Nordeste no período, nos cálculos da Tendências;
3% é a taxa média projetada para a alta na atividade de Norte e Centro-Oeste ao ano;
2,5% é a média brasileira, acima de Sudeste (2,3%) e Sul (2,1%).
O que explica: o volume de investimentos esperado para o Nordeste é proporcionalmente maior que para outras regiões, apesar de o Sudeste seguir como o motor da economia nacional, de acordo com a consultoria.
Entre os investimentos esperados para o Nordeste, estão os cerca de US$ 8 bilhões da Petrobras na Refinaria Abreu e Lima, no município de Ipojuca (PE), para ampliar a capacidade de refino.
Também são esperados US$ 1,5 bilhão da Stellantis na ampliação do parque de fornecedores em Goiana (PE) e R$ 700 bilhões previstos no Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).
O plano que prevê R$ 1,7 trilhão em recursos públicos, privados e de estatais foi relançado neste ano pelo governo, com quase metade da lista de obras sendo ressuscitadas das versões anteriores do projeto.
Reforma deve ser melhor para Norte e Sul: ainda segundo a Tendências, essas são as regiões que mais devem ganhar com a Reforma Tributária.
Isso porque elas têm maior peso da indústria e menor participação dos serviços em suas economias.
Setorialmente, os impactos da reforma serão mais positivos para a indústria, com crescimento adicional de 0,9 ponto percentual ao ano.
Os serviços seriam o segmento menos beneficiado (+0,1 ponto), apesar de também crescerem mais com a reforma do que sem ela.
*ETFS E A DIVERSIFICAÇÃO DAS CARTEIRAS*
Considerados como uma opção prática na hora de montar uma carteira diversificada, os ETFs (Exchange-Traded Funds) listados na Bolsa variam de índices que seguem o Ibovespa até os que acompanham cotações de commodities, como boi gordo ou milho.
Entenda: os ETFs são parecidos com os fundos de investimentos, mas seus gestores seguem uma abordagem passiva, replicando algum índice que já existe no mercado.
As cotas são negociadas em Bolsa, e no Brasil há 96 ETFs de renda fixa e variável nacional e internacional listados. Os mais negociados são os que seguem o Ibovespa, cuja composição é definida pela B3 a cada quatro meses.
Os ETFs e suas…
↳ Vantagens:
Preço: com R$ 11,82 você já consegue investir em um ETF que replica o Ibovespa. É bem menos que a taxa inicial da maioria dos fundos de investimento, sem contar o que seria preciso gastar para montar a carteira comprando cada uma das 86 ações.
Taxa de administração: a maioria dos fundos cobra uma taxa de 2% ao ano, enquanto os ETFs, com gestão passiva, não passam dos 0,50% ao ano.
↳ E desvantagens:
Tributação do IR: 15% do lucro da venda é mordido pelo leão da Receita, algo que não existe na venda de ações de até R$ 20 mil por mês. A alíquota pode ser ainda maior para os papéis de renda fixa. Os dividendos distribuídos pelos ETFs também são taxados em 15%.
Liquidez: a maioria deles não tem grande volume de negociação, o que pode dificultar na hora da venda. Nas ações, a movimentação é bem maior.
(*ARTUR BÚRIGO – FOLHAPRESS)
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Fonte: Paraíba Online