Um estudo científico que revelou a interação entre povos originários e pegadas de dinossauros em Sousa, no Sertão da Paraíba, foi considerada uma das dez descobertas mais relevantes do ano pela Archaeology Magazine, uma das revistas mais renomadas de arqueologia do mundo.
A pesquisa afirma que desenhos de povos indígenas interagiam com pegadas de dinossauros no sítio arqueológico Serrote do Letreiro, localizado em uma propriedade rural privada, há 11 km do centro urbano de Sousa. De acordo com o estudo, esse é o único lugar do mundo em que esses registros aparecem de forma associada.
Os pesquisadores explicam que, bem antes das chegadas dos portugueses ao Brasil, as comunidades originárias descobriram as pegadas e incorporaram as marcas fossilizadas ao seu repertório de conhecimento e na arte realizada no período pré-colonial.
Os desenhos dos indígenas da região foram feitos no entorno das pegadas, mas nunca em cima delas, o que indica que os humanos identificaram as marcas e tiveram cuidado com elas. A pesquisa ainda afirma que os petroglifos foram feitos por um grupo humano que habitou a região do Seridó, entre a Paraíba, o Rio Grande do Norte e parte do leste do Ceará, durante o período pré-colonial.
Uma das responsáveis pela pesquisa, a professora da UFRN Aline Ghilardi, afirma que é um orgulho receber o reconhecimento. Segundo ela, a conquista destaca a riqueza científica e cultural do Brasil, colocando também o Nordeste brasileiro em evidência na ciência global
O reconhecimento recebido enfatiza a importância de preservarmos e estudarmos os sítios arqueológicos e paleontológicos da Paraíba, que têm um potencial imenso para gerar conhecimento tanto sobre a história do nosso planeta como sobre a cultura dos povos originários do nosso território. Espero que esta conquista inspire outros pesquisadores e contribua para a valorização das comunidades locais, cuja história está intimamente conectada a este patrimônio único
A pesquisa foi realizada por pesquisadores da Universidade Regional do Cariri (URCA), Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), pesquisadores independentes e uma arqueóloga da Fundação Casa Grande do Ceará. O estudo foi publicado em 19 de março na revista Nature.
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Fonte: Jornal da Paraíba