Decepção com a Black Friday: veja os destaques econômicos

Foto; Rovena Rosa/Agência Brasil

Foto; Rovena Rosa/Agência Brasil

Black Friday decepciona, trabalhadores vão à Justiça para manter home office e o que importa no mercado.

*BLACK FRIDAY DECEPCIONA*
As expectativas do varejo para a Black Friday deste ano eram altas depois de os juros e a Copa do Mundo terem atrapalhado as vendas na edição do ano passado.

A realidade, porém, foi uma nova queda no faturamento na data mais importante do ano para o setor, apontam pesquisas de consultorias.

Em números:
R$ 3,4 bilhões foi o faturamento da meia-noite de quinta (23) até as 23h59 da sexta (24), segundo levantamento da Neotrust feito em parceria com a ClearSale;

15,1% foi a queda na comparação com o valor movimentado no mesmo período do ano anterior. O volume de pedidos também recuou, 14,9%, com 5,1 milhões de compras;

R$ 675,36 foi o quanto cada consumidor gastou em média, aponta a pesquisa.

O que explica: os juros seguem em patamar alto o suficiente para tirar o apetite dos consumidores, que ainda convivem com a pressão das dívidas. Quem tinha uma graninha sobrando, acabou comprando antes, segundo a NielsenIQ Ebit.

O varejo esperava bem mais. Uma pesquisa da Neotrust indicava que 57% dos consumidores pretendiam fazer compras na Black Friday, projetando R$ 6,98 bilhões de faturamento no comércio eletrônico, crescimento de 12,6% em relação ao ano anterior.

A data não foi ruim para todo mundo.

O Mercado Livre disse ter registrado recorde de vendas para a Black Friday, com aumento de 80% em relação ao ano anterior. O recorte considerou as vendas entre quinta e as 17h de sexta.

Nos EUA, onde os juros também estão em patamar restritivo, a data também foi um recorde. As vendas online cresceram 9% em relação ao ano anterior,segundo a Salesforce.

Último suspiro: a expectativa derradeira do varejo brasileiro para tirar o sentimento ruim da edição deste ano é a Cyber Monday, conhecida como a “Xepa” da Black Friday e que tende a concentrar descontos em eletrônicos nesta segunda (27).

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

*JUDICIALIZAÇÃO DO HOME OFFICE*
Com o fim da pandemia e a ordem das empresas para o retorno aos escritórios, trabalhadores têm recorrido à Justiça para manter o home office.

O que explica: as decisões judiciais têm se baseado em situações que protegem a saúde do trabalhador ou de familiares, com base em questões previstas no estatuto do idoso e da criança e do adolescente.

Advogados trabalhistas dizem que os casos mais comuns são aqueles em que o funcionário teve permissão para fazer home office em uma determinada cidade, mas teria de trabalhar presencialmente em uma outra cidade após o fim da quarentena.

Eles também afirmam que tem sido mais frequente o acionamento da Justiça por servidores públicos, que sentem mais seguros para tomar essas medidas do que os trabalhadores da iniciativa privada.

No Pará, por exemplo, a Justiça determinou que a servidora de uma universidade pública pudesse trabalhar no sistema remoto para acompanhar o marido que foi transferido para o exterior.

Em números:
60.332 processos foram distribuídos em todo o país envolvendo home office ou trabalho remoto de antes da pandemia até o dia 17 deste mês, segundo levantamento da plataforma Data Lawyer;

1.269 foram distribuídos nos últimos 30 dias e o valor médio das causas era de R$ 219.908. 2021 concentra 35,8% dessas ações; 2022, 33,7%.

*STARTUP DA SEMANA: LOGCOMEX*
O quadro traz às segundas o raio-x de uma startup que anunciou uma captação recentemente.

A startup: fundada em 2016, ela desenvolve softwares para planejamento, acompanhamento em tempo real e automatização de cadeias logísticas. Entre seus clientes, estão portos, aeroportos e empresas importadoras e exportadoras.

Em números: a LogComex anunciou recentemente ter recebido um investimento de US$ 33 milhões (R$ 161 milhões) em uma rodada série B (entenda aqui as etapas de investimento em startups).

Quem investiu: a rodada foi liderada pela Riverwood Capital e foi acompanhada por Endeavor, Igah, Alexia Ventures e Caravela Capital.

Que problema resolve: a partir do uso de dados, a LogComex promete simplificar as operações logísticas de quem atua com importação e exportação.

Ela afirma que os recursos captados nesse investimento serão destinados à expansão da oferta de softwares para importadores e operadores logísticos, com foco nos setores automotivo e farmacêutico.

A LogComex diz já ser lucrativa. Com cerca de 300 trabalhadores, está em mais de 11 países e em cinco continentes.

Por que é destaque: a startup atua em um dos setores que mais foram revirados pelos efeitos da pandemia.

Entre 2020 e boa parte de 2021, o boom do consumo online com a permanência das pessoas em casa e as restrições da crise sanitária nas cadeias produtivas geraram um caos logístico no mundo.

Hoje, o problema foi em parte superado, mas outros desafios surgiram, como a intensificação das tensões geopolíticas e a pressão para diminuir o impacto ambiental das operações.

*LENTIDÃO NO CONSERTO DE CARROS*
1 em cada 6 peças de carros encomendadas por oficinas mecânicas de janeiro a março ainda precisava ser entregue pelas montadoras em agosto.

A relação vem de um levantamento da FenSeg (Federação Nacional de Seguros Gerais) e ilustra a demora para o conserto de carros, um problema que afeta motoristas, oficinas e seguradoras.

Em números:
7% dos 235 mil sinistros de automóveis até agosto sofreram com o atraso de peças;

25 dias foi o tempo médio em que motoristas tiveram que ficar com carros reservas alugados pelas seguradoras enquanto as oficinas credenciadas aguardavam a entrega de peças;

11 dias foi o tempo médio registrado em 2019, último ano antes da pandemia.

O que explica: os envolvidos têm versões diferentes sobre o que leva ao atraso no conserto de veículos.

↳ A FenSeg aponta a escassez de componentes gerada pela pandemia, o desaquecimento das vendas de veículos e a suspensão ou paralisação da produção pelas montadoras no Brasil.

↳ O Sindifupi-SP (Sindicato da Indústria de Funilaria e Pintura do Estado de São Paulo) diz que a demora na entrega de peças não passa pela lentidão das montadoras, mas pelo processo de compra das seguradoras.

A Anfavea, associação que representa as fabricantes no Brasil, disse que não foi comunicada sobre problemas ou gargalos na produção.

O que mais atrasa: a maior parte das peças em falta (60%) é funilaria –para-choques, faróis, portas e painéis. Componentes mecânicos como microchips, os mais afetados na época da pandemia, somam 25% dos atrasos. Vidros e iluminação respondem por 8%, e segurança, 6%.

*ARTUR BÚRIGO/Folhapress


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Fonte: Paraíba Online

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