Há algo – invocando uma música de Caetano Veloso – ´fora da ordem´ dentro do PSB na Paraíba.
Aparentemente, a sensação é de que o distanciamento entre o governador João Azevêdo e o deputado federal Gervásio Maia, presidente estadual do partido, se dilata.
Ou seja, num cenário mais tênue, as prioridades de cada um dos dois se desconectam à medida que se aproximam as duas próximas eleições.
Em conversas com alguns interlocutores socialistas, emerge nas entrelinhas o sentimento de que Gervásio não é o ´presidente dos sonhos´ do governador para o PSB na Paraíba, e que ´apenas´ o voto que o deputado tem no plenário da Câmara Federal é o que mantém no cargo.
Convenhamos que não é comum, para a cultura política paroquial, o encadeamento público e sistemático de posturas e de opiniões opostas dentro da mesma agremiação partidária.
Em recente entrevista, Maia (foto) disse que “não há qualquer possibilidade, em qualquer cidade da Paraíba, de não seguirmos no partido as orientações do governador. O partido tem este sentimento de unidade”.
Mas o deputado prontamente se permitiu uma observação: “Agora, eu preciso dizer que em todo processo democrático, todas as opiniões precisam ser ouvidas e consideradas. E o governador faz isto. É uma característica do governador muitas vezes DEMORAR para tomar uma decisão, para amadurecer mais, conversar mais”.
Seguiu Gervásio: “O governador já disse em várias entrevistas que deseja manter a aliança com o prefeito Cícero Lucena (JP). Mas tem uma ala do partido que defende a candidatura própria”.
O deputado observou na ocasião que o presidente municipal do PSB, Tibério Limeira, “é o secretário de Administração, da estrita confiança do governador, conhece com profundidade a realidade política de João Pessoa e do Estado”, e comunga das restrições à postura de Cícero.
“O próprio Cícero não vai querer um partido (PSB) pela metade”, sublinhou Maia nas idas e vindas retóricas, com um arremate ainda mais inflamável: “Eu defendo que o PSB tenha candidato a governador”.
Ter candidatura própria a governador significaria não lançar a candidatura do próprio João Azevedo a senador.
Ao novamente se debruçar sobre seu universo partidário, João Azevêdo declarou que o PSB “é um partido extremamente democrático. As pessoas não são impedidas de dizer o que pensam e o que acham. Entretanto, a unidade se consegue discutindo dentro do partido”.
Em alguns casos, lembrou o governador, Gervásio “está dando uma opinião pessoal, não é o partido que está dando, porque o partido tem um presidente, mas também tem uma Executiva. E as decisões são tomadas de forma colegiada”.
*com informações da coluna Aparte, assinada pelo jornalista Arimatéa Souza.
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Fonte: Paraíba Online