A 5ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro aceitou nesta quinta-feira (13) o pedido de recuperação judicial do Grupo Petrópolis, que produz as cervejas Itaipava, Black Princess e Cacildis.
A companhia afirma ter dívidas em aberto estimadas em cerca de R$ 4,2 bilhões, das quais R$ 2 bilhões seriam derivadas de operações financeiras e de mercados de capitais, e R$ 2,2 bilhões com grandes fornecedores, de acordo com o pedido encaminhado à Justiça no fim de março pelos escritórios Galdino, Coelho, Pimenta, Takemi, Ayoub Advogados e Salomão, Kaiuca, Abrahão, Raposo e Cotta Advogados. Nessa última, haveria também operações de risco sacado.
A administração judicial do processo da Petrópolis caberá à Preserva-Ação Administração Judicial e ao escritório de advocacia Zveiter, ambos do Rio de Janeiro e que também atuam no caso da Americanas.
Os escritórios já haviam sido nomeados pela juíza substituta Elisabete Franco Longobardi em março, quando o grupo pediu a antecipação dos efeitos da recuperação judicial. Segundo a decisão desta quinta, eles seguirão no acompanhamento do processo da cervejaria.
No mês passado, quando encaminhou à Justiça o pedido de recuperação judicial, a Petrópolis afirmou que sua crise de liquidez vinha se agravando havia cerca de 18 meses, quando registrou drástica redução de receita.
De 31,2 milhões de hectolitros (1 hectolitro equivale a 100 litros) vendidos em 2020, a companhia fechou 2022 com 24,1 milhões de hectolitros comercializados, e 2021, com 26,4 milhões.
A crise, segundo a companhia, é momentânea e decorre do que a empresa considerou ser uma “tempestade perfeita”, com a queda em vendas e receitas sendo acompanhada pelo aumento da taxa básica de juros, a Selic. O patamar elevado de juros tem um impacto de cerca de R$ 395 milhões ao ano no fluxo de caixa do grupo.
Além da Itaipava, o grupo fabrica e distribui as cervejas Petra, Cabaré, Black Princess, Crystal, Lokal, Weltenburger, Brassaria Ampolis (com os rótulos Cacildis, Biritis, Ditriguis e Forevis). O portfólio inclui também as vodcas Blue Spirit Ice, Nordka e Cabaré Ice, os energéticos TNT
Energy Drink e Magneto, o refrigerante It!, o isotônico TNT Sports Drink e a água Petra.
Em janeiro de 2020, o Grupo Petrópolis tinha 15,3% do mercado de cerveja (market share) no Brasil, segundo dados da Nielsen apresentados pela empresa no pedido. Essa fatia tinha recuado para 10,6% em agosto de 2022.
(FERNANDA BRIGATTI – FOLHAPRESS)
Clique aqui para ler a notícia em seu site original
Fonte: Paraíba Online