Carnaval 2025: Ambulantes clamam por direitos fundamentais e comunicação assertiva

Por trás de toda a música e brilho do Carnaval, há uma série de profissionais que estão trabalhando para que a festa aconteça. Assim como a organização da prefeitura é essencial, quem arma barracas e disponibiliza comidas e bebidas para os foliões também possui extrema importância para que tudo aconteça da melhor forma possível. Mas nem sempre esses trabalhadores possuem a estrutura e o auxílio necessário para realizar suas funções.

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O Portal WSCOM conversou com Jozemar Ruiz, vice-presidente da Associação dos Ambulantes e Trabalhadores Gerais da Paraíba (Ameg-PB), para compreender quais são as principais necessidades dos trabalhadores informais durante os eventos de rua.

Em seu relato, Jozemar explicou que, durante o carnaval, a precarização do ambiente de trabalho dos ambulantes é ampliada. Uma das críticas – e pedidos – da Ameg seria em relação aos banheiros químicos. “Os banheiros químicos não ficam abertos durante o dia, não temos banheiros exclusivos para os ambulantes”, pontuou.

A segurança é outro fator que é prejudicado durante a festa. “É outro ponto muito importante. Pois termina o evento e toda a [equipe de] segurança vai embora e a gente fica ali. Muitas mães e muitos pais dormem debaixo das barracas, vigiando-as”, disse.

“Outro ponto que é muito importante é a questão da água. A gente não tem pontos de água, que poderíamos usar para higienizar os próprios alimentos. É muito difícil, realmente”, continuou.

Além das necessidades que ocorrem durante eventos como o carnaval, ainda há outros levantamentos que a Ameg busca soluções durante todo o ano. Um deles é em relação a padronização das barracas. Segundo Jozemar, essa é uma questão essencial para trazer mais qualidade de vida para os ambulantes e, consequentemente, mais segurança para o consumidor. Até o momento, 60 barracas já foram padronizadas.

A luta das mães e pais que trabalham nas ruas, principalmente durante os eventos festivos, também é uma das bandeiras da Ameg. O vice-presidente ressaltou que é necessária a construção de creches noturnas para que os responsáveis possam deixar os filhos durante os eventos noturnos. Dessa forma, as crianças que, por necessidade, dormem nas barracas, terão acesso garantido à educação e à segurança.

Autorização
Os impasses citados anteriormente refletem as necessidades dos trabalhadores que já possuem licenças para trabalhar nos eventos. No entanto, nem todos os ambulantes conseguem sequer estar regularizados.

O Portal WSCOM também conversou com um ambulante do setor de bebidas, que preferiu não se identificar, e ele relatou as principais dificuldades para conseguir ser regularizado. Com o impedimento de participar em eventos, um trabalhador informal chega a perder de R$ 2 a R$ 3 mil de faturamento.

A principal queixa do ambulante é em relação a divulgação das inscrições para poder trabalhar no evento, que normalmente acontecem online e são publicados no site da prefeitura. O vice-presidente da Ameg também pontuou a mesma questão.

“A gente está tendo uma dificuldade muito grande devido a modalidade das inscrições online. Tem muitos idosos e muitas pessoas analfabetas que não conseguem fazer essas inscrições e vão fazer presencialmente. Só que as inscrições abrem no final de semana e o local não funciona nesses dias, aí tem que fazer na segunda-feira quando muitas das vagas já estão preenchidas”, pontuou.

Tanto a exclusão dessas pessoas que não tem acesso às tecnologias necessárias quanto à divulgação ineficiente prejudicam, principalmente o faturamento desses trabalhadores.

Esse é o caso do ambulante que conversamos, que contou que precisava manter um outro emprego para suprir suas despesas, além do trabalho informal.

“Eu hoje, se tivesse um pouco mais de acesso e a autorização para ambulantes, provavelmente não estaria precisando ter outros trabalhos. Eu conseguiria, até certo ponto, ter a minha renda só com o meu negócio participando mais dos eventos”, relatou.

Sedurb

Para o carnaval deste ano, a Secretaria de Desenvolvimento Urbano (Sedurb-JP) realizou o cadastramento dos ambulantes que desejavam trabalhar durante as festas entre os dias 25 a 31 de janeiro. As inscrições ocorreram de forma online e presencial (a partir do dia 27).

Foram abertas 965 vagas para os comerciantes. No entanto, o Portal WSCOM não conseguiu o retorno de um contato feito com a Sedurb para confirmar se todas as vagas foram preenchidas.


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Fonte: WSCOM

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