O carnaval de João Pessoa é tradicional e possui diversos ícones e entre eles está o Bloco Cafuçu. Neste ano, o bloco completa 36 anos de história e ao longo de todo esse tempo, Buda Lira, um de seus fundadores, presenciou diversas mudanças e avanços do bloco não somente no carnaval pessoense, como também durante todo o ano.
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Em uma conversa exclusiva com o Portal WSCOM, Lira creditou a Prefeitura Municipal de João Pessoa como uma das principais ferramentas para consolidar a trajetória do Cafuçu. Além disso, a transição da orla para o Centro Histórico foi uma iniciativa essencial não somente para o bloco, como também para o Carnaval Tradição como um todo.
Somado a isso, em 2023, o Cafuçu criou a Fábrica de Adereços e Cenografia. Este é um projeto em colaboração com a Casa Pequeno Davi.
“A decoração dos palcos, esse ano inclusive, o ano passado também, são resultados dessa oficina, desses cursos, que geram oportunidade de desenvolvimento de habilidades, competências para jovens de setores populares […] são iniciativas como essa que o Bloco demonstra para a sociedade que ele tem responsabilidade, está preocupado, está atento a essa questão da sustentabilidade”, afirmou.
Com um nome consolidado e com a paixão dos foliões pessoenses, o Cafuçu não precisa recorrer a atrações de nível nacional para atrair um público. Pelo contrário, a preservação da identidade “brega” é o seu principal chamariz.
“O que nós precisamos sim é incrementar o que a gente está fazendo para esse ano, por exemplo, nós temos duas bandas que fizeram, se estruturaram com repertório apropriado para o Cafuçu, nós tivemos a referência às bandas bailes, mais de um cantor, uma cantora”, destacou.
E a dedicação ao bloco é tão grande que, relembrando os melhores momentos dos foliões, Lira se lembrou de uma situação inusitada em que um jumento pintado de zebra apareceu no bloco junto com um homem.
“Agora eu só me lembro uma vez, foi um cidadão que veio fantasiado e trouxe um jumentinho e ele pintou o jumento de zebra. E ele ficava ali perto do antigo municipal e ele ficava tirando foto. As pessoas pagavam ele para tirar foto do cara fantasiado, como se tivesse trazendo uma zebra. Foi muito engraçado isso”, relembrou.
Economia carnavalesca
Mesmo sendo um nome de peso quando o assunto é o carnaval de João Pessoa, Lira pontuou que o bloco ainda tem dificuldades para se posicionar comercialmente, o que atrasa o processo de autonomia financeira do Cafuçu.
“Essa ideia da autonomia, da gente ter parceiras que enxerguem o potencial que o bloco tem de comercialização de seus produtos, de exibição da marca. Esse é, eu diria, nosso maior desafio, essa conquista, porque a gente tem potencial para isso”, esclareceu.
Homenageado do ano
Jocemar Chaves de Melo, um grande amante do carnaval de rua, foi escolhido como o nome do ano para ser homenageado pelo Bloco Cafuçu. Para Lira, foi um “acerto em cheio” ter essa figura representada em 2025.
“Eu acho que, de fato, a gente escolheu uma figura que tanto representa muito o Carnaval de Rua. Ele era um cara apaixonado, tinha um amor muito grande pelo Carnaval. Todo ano ele tinha ligação com a Escola de Samba, com tribos indígenas. E ele tinha essa habilidade de confecção de adereços, de fazer estandartes, quando o Folia de Rua foi tomando corpo, os grandes blocos foram se desenvolvendo, ele estava sempre por perto nas reuniões, nos eventos, então acho que acertamos em cheio”, concluiu.
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Fonte: WSCOM