O Botafogo-PB segue invicto na Série C do Campeonato Brasileiro e chegou nesse domingo (5) a sete pontos em nove possíveis.
Permanece desde o início na zona de classificação, na parte de cima da tabela, somando pontos importantes para as suas distintas pretensões na competição nacional.
Os pessimistas dirão que a cada jogo o clube se aproxima mais da linha de corte que o salvará do rebaixamento. Os otimistas dirão que a classificação para o quadrangular de acesso fica mais perto a cada dia que passa. Os realistas, enfim, perceberão que o elenco tem um potencial invejável de fazer todos sofrerem em demasia.
Você veja o jogo contra o Remo.
O Belo jogou bem melhor, teve um volume de jogo incrível, uma bem-vinda superioridade na posse de bola, uma vontade de ganhar, de tal forma, que qualquer resultado que não fosse a vitória botafoguense seria um resultado injusto.
Foi assim no primeiro tempo, foi assim também no segundo tempo, ainda que em menor intensidade.
Mas e aí, venceu?
Sim, venceu. Por um magro 1 a 0.
Claro, vitória é vitória, dirão os racionais. Vale os mesmos três pontos que se conquista quando se goleia.
Não tiro a razão do torcedor diante dessa verdade inescapável. De fato, mais vale vencer cinco partidas por 1 a 0 do que apenas uma por 5 a 0.
Ainda assim, trata-se de um placar sempre muito preocupante, que deixa o torcedor na base da aflição a cada instante, que faz renascer traumas antigos sobre gols impensáveis nos acréscimos do jogo, que simplesmente proíbe o torcedor de ter paz.
Pelo que vi ontem, era para ter feito dois, três gols. Vitória fácil e irretocável. Mas não. Foi apenas um e está tudo bem.
Quer saber? Acho que é isso.
Ao botafoguense, é proibido a paz, o papo descontraído no intervalo absolutamente certo de que sairá feliz do estádio de futebol.
Mais do que isso…
Ao botafoguense, é proibido a paz e a certeza incontestável do bom resultado.
O limiar entre vitória e derrota, entre júbilo e dor, entre choro emocionado e choro de dor, seguirá inabalável até o instante final, até o segundo derradeiro em que o árbitro assoprará o apito com um ímpeto mais forte do que o habitual e solenemente fará o gesto com braços e mãos que prenunciam o fim do duelo.
Só neste instante, o torcedor saberá se pode comemorar, se pode abraçar quem está ao seu lado, se pode se permitir ser a pessoa mais feliz desse mundo.
Antes disso, não. Antes disso, é perigoso demais. Irresponsável demais. Inconsequente demais. Antes disso, resta ao torcedor apelar para os deuses do futebol, fazer mandigas, apelar para superstições, sonhar com o imponderável e acreditar até o fim de que ele é alcançável.
É difícil. Duro. Cansativo.
Ao mesmo tempo, é gratificante demais.
A felicidade, me parece, está diretamente ligada à capacidade de sofrer e ainda assim continuar acreditando.
Porque, amigo, quando dá certo, como deu certo nesse domingo (5) de futebol e de vitória em cima do Remo, a felicidade que toma o torcedor é quase indizível. Quase incapaz de descrever em palavras.
Faz tudo valer a pena.
E o Almeidão, de repente, torna-se o lugar mais empolgante e impactante do mundo.
É quando o botafoguense olha de lado e percebe que está exatamente onde deveria estar.
Isso é para sempre! Faz tudo o mais valer a pena e é justo isso o que torna o futebol tão magicamente apaixonante.
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Fonte: Jornal da Paraíba