Botafogo-PB x Aparecidense: o gol contra foi da PM

O Botafogo-PB venceu em casa na noite deste sábado (15), por 2 a 1, e somou mais três pontos na Série C do Campeonato Brasileiro.

Considerando, contudo, que o gol da vitória saiu nos acréscimos do segundo tempo e o adversário da vez era uma Aparecidense que estava na parte de baixo da tabela de classificação, podemos invocar as nossas respectivas mães e dizer sem muitas firulas que o Belo “não fez mais do que sua obrigação”.

Registrado isso, o foco invariavelmente tem que cair na forma truculenta, repressora e desproporcional que a Polícia Militar da Paraíba trata os torcedores de futebol.

Durante o jogo, e depois do apito final, o que se viu – e se registrou em vídeo – foram muitas cenas de violência, de agressão, de injustificada  investida de policiais contra torcedores que apenas comemoravam o resultado positivo de um time que ultimamente não vinha vencendo tantas vezes.

Gás de pimenta, balas de borracha, golpes violentos de cassetetes, gritos, dedo da cara, ameaça, correria.

Uma postura, aliás, que ajuda a enterrar os próprios argumentos da PM contra a presença de torcidas adversárias nos jogos de futebol realizados na Paraíba.

Porque o jogo deste sábado (15) era contra um clube sem tanta tradição, sem nenhum histórico de rivalidade contra o Belo, sem um único torcedor rival presente.

Mas, a despeito disso, houve violência. E violência patrocinada, proporcionada, produzida pelo próprio Estado contra a sua população.

A propósito, registre que esse tipo de ação é a regra na Arquibancada Sol. E não é de hoje que os torcedores mais pobres denunciam esse tipo de postura de policiais que se demonstram despreparados para lidar com grandes aglomerações.

Que a mídia faça uma autorreflexão, pois.

Ao longo dos anos, sempre silenciou esses torcedores, sempre tratou-os como marginais, culpados a priori da violência que muitas vezes era vítima.

Até que essa violência chegou ao lado da Sombra. Atingiu a classe média. Pessoas que não integram torcidas organizadas.

O discurso de que “é tudo marginal” não se sustentou.

E aí, sim, a violência repercutiu.

Pois que repercuta.

E que o Estado aja urgentemente para evitar que cenas como essa sejam institucionalizadas.

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Fonte: Jornal da Paraíba

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