Audiência do caso Fernando Cunha Lima ouve duas vítimas e sete testemunhas de acusação

Na primeira audiência de instrução do caso do médico Fernando Cunha Lima, acusado de abusar de várias crianças em João Pessoa, duas vítimas e sete testemunhas de acusação foram ouvidas na manhã desta terça-feira (29), na 4ª Vara Criminal da capital paraibana. Devido ao número de testemunhas, a sessão foi dividida em etapas, e deve continuar nesta quarta-feira (30) com o depoimento da última testemunha de acusação, além das oito testemunhas de defesa, de um perito técnico, e do próprio réu, que deve participar de forma virtual devido a problemas de saúde.

O caso envolve seis acusações de estupro, mas neste momento estão sendo analisadas as denúncias de quatro vítimas. Segundo informações, duas dessas crianças ainda não têm plena consciência dos eventos, por isso apenas as outras duas foram ouvidas na audiência. Uma delas, uma menina de 9 anos, está sendo acompanhada por psicólogos para auxiliar em sua recuperação emocional.

Durante as sessões, Gabriella Cunha Lima, sobrinha do acusado e uma das testemunhas de acusação, trouxe novos relatos de abuso, alegando que também foi vítima do médico em 1991, quando tinha apenas 9 anos. Embora a situação não tenha sido denunciada formalmente na época, ela relatou que o episódio resultou em um afastamento familiar, e expressou sua esperança de que o acusado seja punido.

Novo pedido de prisão

No contexto judicial, o Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB) adiou na terça-feira (29) a análise de um recurso do Ministério Público da Paraíba que pede a prisão do médico. Esse pedido foi feito sob a alegação de que o acusado teria tentado intimidar vítimas por meio de ligações. Embora o juiz José Guedes Cavalcanti Neto tenha negado pela quinta vez a prisão, ele impôs uma medida cautelar para evitar qualquer contato do acusado com as vítimas e seus familiares. Em uma decisão anterior, o juiz argumentou que a liberdade do médico, que conta com 80 anos e enfrenta problemas de saúde, não representaria risco à ordem pública.

No entanto, o juiz decretou o bloqueio dos bens imóveis do médico para garantir uma eventual indenização às vítimas e suspendeu o exercício de sua profissão, medida que já havia sido tomada pelo Conselho Regional de Medicina da Paraíba (CRM-PB). O afastamento foi visto como uma forma de prevenir a reincidência no ambiente profissional.


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Fonte: WSCOM

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