
Quem acompanhou a política paraibana, especialmente a de Campina Grande, nas últimas décadas, viu embates duros entre os grupos Vital do Rêgo e Cunha Lima, tradicionais famílias políticas da cidade.
Em 2004 e 2008, por exemplo, Veneziano Vital do Rêgo foi eleito prefeito de Campina Grande em campanhas historicamente acirradas contra o saudoso Rômulo Gouveia, representante do grupo liderado pelo então governador Cássio Cunha Lima.
Em 2014, na disputa entre Cássio e Ricardo Coutinho pelo governo do estado, o MDB — que, à época, teve Vital do Rêgo Filho como candidato à cadeira do Palácio da Redenção — teve grande importância na primeira derrota da carreira política do candidato tucano.
Muito por conta desse histórico, algumas declarações acabam tendo um peso significativo.
No evento desta segunda-feira (28), em João Pessoa, onde Pedro Cunha Lima assumiu a presidência estadual do PSD, Cássio também assinou a ficha de filiação ao partido.
Distante da disputa política desde 2018, quando perdeu a eleição para o Senado Federal, o ex-prefeito, ex-senador e ex-deputado acompanha as discussões mais à distância, sendo, contudo, ainda determinante na escolha dos caminhos trilhados pelo seu grupo.
Porém, para um antigo rival, a “aposentadoria” de Cássio da política partidária deve ser revista. Em entrevista à imprensa, Veneziano afirmou ser um grande defensor do retorno de Cássio às disputas eleitorais.
“Penso que ele ainda tem muito a agregar, até pela experiência política que possui. É uma decisão dele, mas ele sabe que, pessoalmente, sou um grande incentivador de seu retorno. A filiação de um nome como Cássio termina por nos inspirar a estimulá-lo a não apenas se filiar, mas, em 2026, colocar seu nome nas disputas”, afirmou.
Inegavelmente, uma fala que, embora lastreada pelos acordos políticos fechados desde 2022, poucos acreditariam ouvir há alguns anos.
Texto: Pedro Pereira
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Fonte: Jornal da Paraíba