ARTUR BÚRIGO,SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Entenda como Kanye West (ou Ye) criou um problema de US$ 1,3 bilhão para a Adidas, ações da Hapvida despencam mais uma vez, e empresa perde metade do seu valor em sete pregões e outros destaques do mercado nesta sexta-feira (10).
**O PROBLEMA KANYE WEST NA ADIDAS**
A Adidas não sabe o que fazer com um estoque de US$ 1,3 bilhão (R$ 6,6 bilhões) em tênis e roupas produzidos sob a parceria com Kanye West, rapper agora conhecido como Ye.
ENTENDA
O acordo que criou a marca Yeezy em 2015 foi desfeito pela fabricante em outubro do ano passado após o cantor ter publicado comentários antissemitas em redes sociais.
A Adidas disse que continuou produzindo os itens da parceria para evitar a demissão de milhares de pessoas envolvidas. Agora, ela tem quatro opções na mesa sobre o que fazer com eles:
– Doas os produtos. O que pesa contra: há um temor de que isso crie um mercado paralelo, com os tênis sendo comercializados a um preço bem mais alto.
– Destruir o estoque. O que pesa contra: pegaria mal para a pegada sustentável que a companhia vem trabalhando para construir.
– Tirar a marca Yeezy dos itens. O que pesa contra: a companhia disse que não considera essa opção porque mesmo assim o rapper teria um percentual sobre as vendas.
– Vender os produtos e doar o dinheiro arrecadado. O que pesa contra: o cantor também receberia uma parte da receita, mas que ficaria limitada ao estoque já produzido.
Essa última opção parece ser a preferida pela companhia.
“Se vendermos o estoque, prometo que as pessoas que foram prejudicadas por isso também obterão algo de bom com a venda”, disse na quarta (8) Bjorn Gulden, o CEO que recém assumiu o cargo após ter saído da rival Puma.
IMPACTO
Abalada pela queda de consumo na China com as políticas de restrição e pela saída da Rússia após a Guerra da Ucrânia, a Adidas registrou tombo de 66% no lucro operacional, para 669 milhões de euros.
Pensando em 2023, sem os 500 milhões de euros de lucros estimados para o estoque de US$ 1,3 bilhão da marca Yeezy, o CEO disse que será “um ano de transição”, com lucro operacional perto de zero.
**HAPVIDA PERDE R$ 18 BI EM 7 PREGÕES**
Em pouco mais de uma semana, a Hapvida viu seu tamanho diminuir pela metade.
Nesta quarta, as ações da companhia tombaram 33%, tirando R$ 7 bilhões em valor de mercado. Desde 1º de março, dia em que os papéis tombaram 32% após a divulgação do balanço, a empresa perdeu cerca de R$ 18 bilhões.
A Hapvida se tornou a maior empresa verticalizada de saúde do Brasil depois de ter se fundido com a Notre Dame Intermédica em 2021.
O QUE EXPLICA
As duas quedas expressivas, desta quinta e do dia 1º, foram motivadas por anúncios da companhia.
A mais recente aconteceu depois de ela informar ao mercado que avalia a possibilidade de um aumento de capital por meio de uma emissão de ações como forma de fortalecer seu caixa.
A reação negativa dos investidores veio porque uma emissão agora, em que a ação está na mínima histórica, acabaria diluindo —ou seja, diminuindo a participação— de acionistas que acabaram comprando o papel em outro momento, a um preço muito maior.
A empresa também disse que avalia outras estratégias para captar recursos, como um modelo em que vende seus ativos físicos (hospitais, clínicas) com um acordo para alugá-los de volta.
O mau humor do dia 1º veio depois de o balanço da empresa do último trimestre de 2022 ter desagrado aos analistas. No período, o prejuízo líquido foi de R$ 316,7 milhões.
O que mais assustou o mercado foi a taxa de sinistralidade caixa (relação entre o custo dos procedimentos e o valor pago pelos usuários), que atingiu 72,9%, numa alta de 8,1 pontos em comparação com 2021.
**DÊ UMA PAUSA**
Para assistir: “Voo 370: O Avião que Desapareceu” – na Netflix
A série documental recém lançada investiga as principais teorias sobre o desaparecimento em 2014 do voo 370, um Boeing da Malasya Airlines que carregava 239 pessoas a bordo e faria o trajeto de Kuala Lumpur a Pequim.
As autoridades acreditam que a aeronave teria caído no extremo sul do oceano Índico. A busca oficial dos governos de Malásia, China e Austrália foi cancelada em janeiro de 2017.
Ouvindo familiares, jornalistas e especialistas, a produção conta em cada um dos três episódios uma teoria que tenta explicar o motivo da queda:
– O primeiro investiga a possibilidade de um suicídio do piloto;
– O segundo aborda a possibilidade de um sequestro do avião;
– O terceiro fala da teoria de que o avião carregava uma carga desconhecida pela tripulação e foi abatido antes de chegar ao seu destino.
Em todos os episódios, a narrativa leva o espectador a acreditar na teoria que está sendo contada, até que uma nova informação surge para acabar com ela e dar início à próxima hipótese.
**O QUE MAIS VOCÊ PRECISA SABER**
COTIDIANO
Prefeitura de SP lança app para concorrer com Uber e 99, com 90% da tarifa para o motorista. MobizapSP é o segundo app anunciado pela gestão municipal em cinco anos; não há prazo de início.
MERCADO
Tebet diz que nova regra fiscal garante investimentos e vai agradar ao mercado. Ministra do Planejamento discutiu o tema em reunião com Fernando Haddad.
JUSTIÇA
Justiça atende Safra e suspende pagamento a pequenos fornecedores da Americanas. Desembargadora justificou a decisão dizendo que até o momento a empresa não apresentou um plano de recuperação judicial.
JUSTIÇA
Juíza manda penhorar bolsas Chanel de mulher que não pagou dívida trabalhista. Segundo processo, ré exibia vida de luxo nas redes sociais, embora deva R$ 30 mil em ação que tramita há 13 anos.
INFLAÇÃO
Nem chocolate em barra, mais barato que ovo, escapa da inflação na Páscoa. Preços acumulam alta de 13,61% em 12 meses, a maior desde 2017, conforme IPCA.
TECNOLOGIA
Por que bilionários chineses estão desaparecendo misteriosamente. Analistas acreditam que o governo de Pequim está confrontando empresários que poderiam ameaçar seu poder no país.
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Fonte: Paraíba Online