“Aldrava consiste numa argola fixada em portas, tendo a função de movê-las; também
serve para bater contra portas, chamando a atenção de quem está do lado de dentro.
Chamar a atenção de quem está dentro, resguardado, é o que muitos dos poemas
parecem buscar, convocando leitores a saírem da zona de conforto ou do isolamento.”
É com essa explanação introdutória que a escritora Aline Cardoso inicia jornada para
lançar seu novo livro e a primeira parada é na cidade de Porto em Portugal. A convite
do Clube Mulheres do Atlântico, o evento acontecerá na Casa Odara, próximo dia 6, às
15h com mediação de Hannah Bastos, fundadora do clube. Na ocasião haverá
distribuição de livros para as cinco primeiras pessoas. A entrada é gratuita.
Mestre em Linguística pela Universidade Federal da Paraíba, Aline Cardoso está
sempre em movimento, buscando aprender e partilhar.
Autora de 6 livros, 5 publicados e 1 ainda inédito, entre prosa e poesia escreveu, A proporção áurea do caos (Escaleras, 2019); Harpia (Triluna, 2020); Ritos Encantatórios & Outras Ladainhas (Triluna, 2021); Abecedário Lírico (Triluna, 2022); Meu coração é uma cômoda de
muitas gavetas (Inédito, finalista do prêmio Carolina Maria de Jesus); e Aldrava
(Triluna, 2024). Atualmente trabalha em um livro de contos de terror e outro de poesia
erótica trilíngue, ambos ainda sem previsão de conclusão e publicação.
“Aldrava é o meu quarto livro de poemas. Os textos foram escritos durante a
pandemia, o livro é dividido em três eixos onde escrevo sobre ancestralidade,
memória, resistência, feminismo, amor, maternagem solo, antiracismo e outros
assuntos que movem a minha poética”, afirmou Aline Cardoso.
Arte como alimento para o espírito
Os locais de lançamento do livro foram selecionados com o propósito de assegurar a
circulação da obra em pontos-chave que permitam ao livro encontrar leitores que
precisam da obra. “No Brasil, escolhi João Pessoa, Campina Grande, Cajazeiras e São
Paulo, locais historicamente aquecidos pela produção cultural intensa, além de
concentrar também vozes contemporâneas potentes. Já no exterior, Porto foi a cidade
escolhida como sede em um movimento de ocupar também algum espaço no
território que outrora nos colonizou, o livro chega até lá apesar do projeto de
extermínio, provando que a resistência do povo negro e originário brasileiro conseguiu
furar bloqueios e entraves propositalmente construídos para corpos iguais ao meu”,
destacou a autora.
Para além do fator histórico, a autora é parceira de dois coletivos culturais em
Portugal: o Clube de Leitura Mulheres do Atlântico e o Coletivo Epifania, que é
formado por jovens artistas brasileiros imigrantes e arte-educadores. “Juntes, o pessoal desenvolve oficinas e também o Projeto RUA, através do qual buscam o resgate, a união e a ativação de potencialidades das juventudes periféricas pela arte.
Acredito que a literatura e a arte-educação são caminhos potentes para construir a
sociedade de que precisamos”, ressaltou.
Em São Paulo haverá uma intervenção no Arsenal da Esperança, um centro que oferta
ações artísticas para pessoas em situação de rua e vulnerabilidade social. “Acredito
que o projeto está indo até quem mais precisa dele, sigo acreditando que o livro
encontra os leitores, sobretudo quando nos unimos a quem também corre em direção
a esse mesmo objetivo, de levar arte a quem de fato precisa dela como alimento para
o espírito”, frisou.
O Projeto
Aldrava é um projeto realizado com recursos da Lei Paulo Gustavo – 1ª Região com
operacionalização da Secretaria de Estado da Cultura da Paraíba – Secult-PB. Focado
na impressão e circulação dos livros, Aldrava conta com a previsão de cinco
lançamentos com distribuição da obra em locais estratégicos nas cidades de
lançamento. Além da impressão do livro, como recurso de acessibilidade, será
produzido um audiolivro com a leitura de poemas da obra e um material a ser
disponibilizado no Youtube, no Spotify e na Amazon Music, com previsão de finalização
no segundo semestre de 2024. As cidades escolhidas para os lançamentos do livro
foram: Porto – PT, São Paulo – SP, João Pessoa – PB, Campina Grande – PB e Cajazeiras
– PB.
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Fonte: WSCOM