
Morreu Joey Molland. O guitarrista britânico de 77 anos era o último sobrevivente da banda Badfinger. A morte de Molland me levou a reouvir os discos do grupo.
O Badfinger era uma banda da Inglaterra formada por quatro músicos: os guitarristas Pete Ham e Joey Molland, o baixista Tom Evans e o baterista Mike Gibbins.
No começo, eles se chamavam The Iveys, mas logo se transformaram em Badfinger, e foi com esse nome que a banda fez grande sucesso no início da década de 1970.
O Badfinger teve muita sorte no começo. O grupo foi, simplesmete, contratado pela Apple, onde lançou quatro discos. A Apple era a gravadora dos Beatles.
O som do Badfinger lembrava muito o som dos Beatles. Paul McCartney deu para eles Come and Get It, canção que os Beatles gravaram, mas não chegaram a lançar.
Quando No Matter What tocava no rádio, muita gente pensava que era uma música nova dos Beatles. Era igual a eles. Mas não eram os Beatles, e sim o Badfinger.
George Harrison produziu o Badfinger. O Badfinger tocou com George Harrison no álbum All Things Must Pass, que George lançou quando os Beatles se separaram.
O Badfinger estava na banda que George Harrison montou para fazer o Concert For Bangladesh, show histórico realizado em 1971 no Madison Square Garden.
No Concert For Bangladesh, George Harrison faz Here Comes The Sun com o seu violão e tem ao seu lado Pete Ham, do Badfinger, fazendo o segundo violão.
O Badfinger frequentou as paradas do início dos anos 1970 com canções como No Matter What e Day After Day. O beatle George toca a guitarra de Day After Day.
A balada Without You é deles. Não fez sucesso com o Badfinger, mas estourou em escala planetária quando gravada por Harry Nilson ainda nos anos 1970.
O Badfinger saboreou o sucesso. Mesmo que com exagero, a banda foi chamada de “os novos Beatles”. Com a Apple falida, o grupo assinou um big contrato com a Warner.
Aí as coisas começaram a mudar. O Badfinger foi roubado pelo empresário e, em 1975, o líder Pete Ham se matou por enforcamento. Tinha somente 27 anos.
Sem a liderança de Pete Ham, o Badfinger nunca mais foi o Badfinger. Em 1983, aos 36 anos, o baixista Tom Evans também se matou. Como Ham, por enforcamento.
O baterista Mike Gibbins morreu de causas naturais aos 56 anos, em 2005. E, agora, aos 77, morreu o guitarrista Joey Molland, o último Badfinger. Tinha diabetes.
O Badfinger nunca foi uma banda do primeiro time das bandas de rock. Mas gravou bons discos com canções evocativas da primeira metade da década de 1970.
Gosto, particularmente, de dois álbuns da curta discografia do Badfinger: No Dice, de 1970, e Straight Up, de 1971. Ambos, quando eram contratados pelos Beatles.
A história do Badfinger é um capítulo muito triste da história do rock. O Badfinger conheceu de perto o sucesso, o fracasso e, por fim, a tragédia.
Clique aqui para ler a notícia em seu site original
Fonte: Jornal da Paraíba