SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Homenageado em bloco de carnaval, mosaico no Maracanã e placa entregue pelo presidente do Flamengo, Zico completa 70 anos nesta sexta-feira (3).
Maior jogador da história do clube da Gávea, ele fez parte da equipe que ganhou os brasileiros de 1980, 1982, 1983 e 1987.
Foi também o astro maior do elenco campeão da Libertadores e do Mundial de 1981.
“Esse cara me deu milhões de felicidades. A gente sempre vai estar devendo para você”, disse o presidente Rodolfo Landim antes da partida de volta da final da Recopa Sul-Americana, contra o Independiente del Valle (EQU), disputada na última terça-feira (28).
O dirigente brincou com a importância da data, que seria como um Natal para o flamenguista. Minutos antes do apito inicial, a torcida montou um mosaico com o nome do atacante e a lembrança dos seus 70 anos.
O público também cantou “Parabéns pra você” enquanto o telão do estádio mostrava lances do camisa 10 com o manto rubro-negro.
A final, vencida pelos equatorianos, aconteceu no Maracanã, estádio em que o Zico é o maior artilheiro, com 334 gols em 435 partidas.
O maestro atuou pelo Flamengo entre 1971 e 1983 e depois de 1985 a 1989. Com 509 gols, é o primeiro no ranking dos maiores goleadores do clube. Foi eleito três vezes o melhor jogador sul-americano: em 1977, 1981 e 1982.
“Só tenho a agradecer por tudo o que aconteceu na minha vida, ao Flamengo, por ter aberto as portas para mim e pela oportunidade de ter grandes conquistas pelo meu clube do coração”, disse Zico ao receber a placa.
A comemoração já havia começado no sábado (26) de Carnaval. Ele foi homenageado pelo bloco Fla Master, que desfilou pela Barra da Tijuca (zona oeste do Rio). O presidente do bloco é Adílio, que foi seu companheiro de time na Gávea na década de 1980.
“É muito gratificante receber esse carinho de todos porque é o legado que a gente deixa. Uma resposta para mostrar que valeu a pena todo o esforço e sacrifício”, completou o homenageado.
Foi com a camisa do Flamengo que ele teve também o pior momento da carreira. A lesão no joelho sofrida em 1985, durante uma partida contra o Bangu, no Maracanã, após entrada violenta do volante Marcio Nunes, comprometeu sua participação na Copa de 1986. Seria o último Mundial de sua carreira.
Zico foi opção para o segundo tempo durante as partidas do torneio no México. Nas quartas de final, diante da França, desperdiçou pênalti no confronto em que o Brasil foi eliminado. Serviu apenas para reforçar a desilusão.
Ele era um dos principais nomes do time de 1982, derrotado pela Itália no que ficou conhecido como a “Tragédia do Sarriá”, em alusão ao nome do estádio. Antes disso, ele havia participado da competição em 1978.
O atacante chegou perto de ser campeão pela seleção como auxiliar-técnico de Zagallo na Copa de 1998, ma França. O Brasil foi derrotado na final pelos donos da casa.
Zico estendeu sua influência além do futebol brasileiro. Foi o principal responsável pela popularização da J.League, a liga profissional de futebol japonesa. Entre 1991 e 1994, atuou pelo Kashima Antlers e dirigiu o Japão no Mundial de 2006, disputado na Alemanha.
A última celebração dos 70 anos do jogador será nesta sexta-feira em um baile no Jockey Club do Rio de Janeiro. A festa terá 500 convidados e shows do cantor Fagner e da bateria da Imperatriz Leopoldinense. A escola de samba foi campeã do carnaval carioca na semana passada.