A Superintendência de Administração do Meio Ambiente (Sudema) descartou que a morte de mais de 130 moreias, encontradas em praias de João Pessoa, tenha sido causada por poluição nas águas ou por infecções de vírus e bactérias. O caso, ocorrido em 26 de dezembro do ano passado, segue sob investigação, com foco na possibilidade de ação humana.
Em entrevista à CBN João Pessoa, o superintendente da Sudema, Marcelo Cavalcanti, explicou que foram realizadas coletas de diversas amostras nas praias: peixes mortos, água da praia, água dos recifes e água do alto-mar. Essas amostras foram enviadas para análise de pesquisadores da Universidade Federal da Paraíba, que conduziram as autópsias nas moreias.
Os resultados indicaram que não havia sinais de poluição nas águas e que as mortes não foram causadas por vírus ou bactérias. No entanto, os pesquisadores observaram que algumas moreias tinham as barbatanas cortadas por instrumentos cortantes, como facas. Esse detalhe reforçou a suspeita de que as mortes poderiam estar relacionadas à ação humana.
A partir de conversas com pescadores locais, foi identificado que as moreias, devido ao seu baixo valor comercial, são frequentemente utilizadas como isca em um tipo específico de pesca. Além disso, a comunidade pesqueira apontou a presença de embarcações desconhecidas navegando entre Cabedelo e Conde.
“Essa suspeita (ação humana) ganhou ainda mais força. Entrei em contato com o capitão dos portos da Paraíba, que está trabalhando para identificar quais embarcações poderiam estar envolvidas, permitindo que as investigações avancem. Tudo indica que foi uma ação humana”, afirmou Marcelo Cavalcanti.
O superintendente também destacou que é necessário identificar essas embarcações para verificar se a atividade de pesca realizada está em conformidade com a legislação vigente.
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Fonte: Jornal da Paraíba
