Giro econômico: notícias em destaque nesta sexta-feira

ARTUR BÚRIGO, SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Entenda por que o início do ano tem concentrado tantos anúncios de renegociações de dívidas por empresas brasileiras.

O que explica a estratégia da Netflix de reduzir preços em mercados menores enquanto a realidade no streaming é de corte de custos e outras notícias do mercado nesta sexta-feira (24).

**NETFLIX CORTA PREÇOS PARA ABRIR NOVOS MERCADOS**
A Netflix confirmou nesta quinta que reduziu preços de seus planos em alguns países, em uma tática inusual para o momento atual do streaming, caracterizado pelo corte de custos após o boom observado na pandemia.

Segundo o Wall Street Journal, os cortes são focados em mais de 30 mercados onde a pioneira do streaming não tem forte presença, como em países do Oriente Médio, da África subsaariana e partes da América Latina e Ásia.

Procurada no Brasil, a Netflix não comentou o assunto de imediato.
O que explica: a estratégia, que leva em conta a diminuição do preço em até pela metade em alguns locais, é uma tentativa da Netflix de diversificar sua atuação para além dos grandes mercados em que já é forte e onde há uma estabilização no número de novas assinaturas.

A aposta contrasta com a ideia da companhia para centros como EUA, Europa e Brasil, onde ela deve começar em breve a cobrar uma taxa adicional pelo compartilhamento de senhas entre pessoas que não moram na mesma casa.

Mostramos aqui como deve funcionar a cobrança.

Para esses mercados, a empresa também disponibilizou no ano passado uma versão de assinatura mais barata e com anúncios.

**O QUE EXPLICA O ‘BOOM DE CRISES’?**
Anúncios de renegociações de dívidas pelas companhias, principalmente as ligadas ao varejo e consumo, pipocaram nas últimas semanas no mercado brasileiro, ajudando a derrubar as ações dessas empresas na Bolsa.

Por que o início de 2023 concentrou esse “boom de crises”? É uma combinação de fatores estruturais, como o alto patamar de juros, e um mercado de crédito ressabiado depois do estouro do escândalo contábil da Americanas.

Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Se o primeiro fator dificulta a rolagem de dívidas das empresas, especialmente aquelas que financiam seus consumidores, como as do varejo, o segundo fez os bancos pisarem no freio na oferta de crédito e reavaliarem os casos de companhias em dificuldade.

Uma que está passando por isso é a tradicional varejista de moda Marisa, cujas ações acumulam queda de quase 50% desde o dia 2 deste mês.

Na data, a companhia comunicou ao mercado a troca de CEO e a contratação do BR Partners e da Galeazzi Associados para assessoria financeira.

A empresa acumula uma dívida de quase R$ 600 milhões, com R$ 200 milhões vencendo neste ano.

Também passaram por processos semelhantes a CVC e a distribuidora de energia Light –que vive seu “inferno astral” particular.

O caso mais recente de empresa no aperto é o da Tok&Stok, que é alvo de uma ação de despejo em um galpão logístico em Extrema (MG).

Analistas apontam que, depois do boom de pedidos na pandemia, a companhia não se preparou para o cenário azedo de agora, e passou a queimar caixa.

Em situação ainda mais complicada estão Americanas e Oi, que pediram recuperação judicial –no caso da tele, pela segunda vez.
Contra a varejista, pesa a briga escancarada com os bancos credores, que afirmam ter ocorrido fraude na companhia.

No caso da Oi, complica o fato de um novo pedido poucos meses depois de ela ter saído de uma longa reestruturação, e, desta vez, sem grandes ativos para se desfazer.

Opinião: Fantasma da crise de crédito ronda a economia, mas ainda é invisível, escreve o colunista Vinicius Torres Freire.

**DÊ UMA PAUSA**
Para assistir: “O Consultor” – nova série do Amazon Prime Video.
Regus Patoff, um homem de negócios interpretado por Christoph Waltz (ganhador do Oscar por “Bastardos Inglórios”), assume interinamente uma empresa de games após seu fundador ser assassinado.

A chegada de Patoff ao cargo acontece graças a um documento assinado pelo fundador pouco antes de sua morte, que acaba o colocando à frente de uma empresa mal gerida e à beira da falência.

Seus métodos pouco ortodoxos, que incluem cheirar funcionários em busca de odores que o incomodam, e pouco moderninhos, como a interrupção imediata do home office, geram incômodos entre os trabalhadores, que desconfiam dos caminhos que o levaram à chefia.

“O fato é que estamos presenciando uma mudança na forma de se liderar um negócio. Ou não. Ainda precisamos aguardar para ver, e para ver se uma mudança seria para melhor. Mas é uma trama que espelha a realidade, em especial o que é a força de trabalho millennial, que me assusta de tão conformada e obediente que é”, afirmou o ator Christoph Waltz em entrevista a jornalistas.

Além da economia
De “Soltos em Salvador” a show do The Weeknd: confira estreias do streaming para esta semana.

Folha Explica: Como está a Guerra da Ucrânia após um ano; veja vídeo.


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Fonte: Paraíba Online

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