George Russell demonstrou incômodo nesta quarta-feira (20) com a mudança do diretor de corridas da Fórmula 1. No dia 12 de novembro, a FIA (Federação Internacional de Automobilismo) anunciou a saída de Niels Wittich, escalando Rui Marques interinamente na função até o final da temporada 2024.
Como atual presidente da GPDA (sigla em inglês para a Associação de Pilotos de Grandes Prêmio), o britânico da Mercedes deixou claro que os integrantes do grid não sabiam da possibilidade da saída de Wittich.
“Foi um tanto surpreendente, acho que para todo mundo. Você saber, há uma imensa pressão agora sobre o novo diretor de provas, apenas três corridas restando. Geralmente, para os pilotos, a sensação é de que somos os últimos a saber deste tipo de informação. E quando é algo que nos envolve diretamente, seria legal fazer parte e compreender quais decisões estão sendo tomadas. O tempo irá mostrar, e tenho certeza de que o novo cara na posição vai dar conta, mas certamente não é uma corrida fácil para um novo diretor de provas”, afirmou Russell em entrevista coletiva antes do Grande Prêmio de Las Vegas.
O piloto britânico reconheceu que havia insatisfações dos pilotos com decisões recentes de parte de Niels Wittich, mas cobrou maior abertura da FIA para que integrantes do grid tenham participação mais ativa na tomada de decisões – justamente para, acredita, tentar buscar decisões que agradem a todas as partes.
“No fim das contas, só queremos ser transparentes com a FIA e ter este diálogo em curso, e acho que a saída de Niels também é um grande exemplo de como não fazemos parte das conversas. Só queremos trabalhar com a FIA para garantirmos o melhor para o esporte que todos amamos”, afirmou.
“Só posso falar por mim aqui, não por outros pilotos, mas acho que não é segredo que alguns de nós não estávamos felizes com o que estava acontecendo em termos de tomada de decisões. Mas, no fim das contas, acho que, se trabalhassem conosco, poderíamos ter ajudado a melhorar a questão. Às vezes, contratar e demitir não é solução. Vamos ver o que essa nova era vai trazer, mas acho que toda vez que há uma mudança, você precisar um passo para trás antes de dar dois passos à frente.”
A saída de Wittich foi mais um capítulo no momento de desgaste da relação entre a FIA e a F1. Desde 2023, nomes como Steve Nielsen (diretor esportivo), Deborah Meyer (diretora da comissão de mulheres), Tim Goss (diretor técnico de monopostos) e Natalie Robyn (CEO) deixaram os quadros da federação.
Além disso, o desligamento do dirigente veio em momento de pressão por parte dos pilotos junto à FIA. No GP dos EUA, Lando Norris foi punido por ultrapassar Max Verstappen fora dos limites de pista. O holandês da Red Bull, por sua vez, foi um dos punidos pela FIA pelo uso de linguagem considerada imprópria em entrevistas.
As punições foram respondidas por uma carta da GPDA, na qual os integrantes da entidade criticaram a linguagem do presidente da FIA, Mohammed Ben Sulayem, e cobraram um diálogo mais maduro.
No entanto, segundo Russell, não houve resposta para a nota. “Não no momento, o que me deixa um pouco surpreso, para ser sincero. Talvez haja algo vindo. Quem sabe?”, afirmou.
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Fonte: Paraiba.com.br