ARTUR BÚRIGO
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – “Inverno cripto” tira empresas do setor dos concorridos intervalos do Super Bowl e abre espaço para outros comerciais, como um de Jesus Cristo. Startup criada por brasileiros nos EUA aposta na “mineração verde” de bitcoins e outras notícias do mercado para começar esta segunda-feira (13).
**CRIPTOS SOMEM DE SUPER BOWL**
Os anúncios do universo das criptomoedas sumiram no Super Bowl deste ano depois de terem inundado os intervalos comerciais do evento mais assistido da TV americana em 2022.
A ausência acabou abrindo espaço para outros tipos de mensagens, inclusive uma promovendo Jesus Cristo.
Entre anúncios de cervejas, carros e comidas, dois comerciais de Jesus Cristo apareceram durante a partida vencida pelo Kansas City Chiefs. Eles fazem parte da campanha “He Gets Us”, algo como “ele nos entende”, em inglês.
Os vídeos conectam Jesus a questões contemporâneas como imigração, inteligência artificial e ativismo, buscando atingir “céticos espiritualmente abertos”, não afiliados a nenhum ramo do cristianismo.
Os comerciais, de acordo com o New York Times, fazem parte de uma campanha multimilionária da organização sem fins lucrativos Servant Foundation.
Por que importa: os anúncios do Super Bowl, a final da liga de futebol americano (NFL), estão entre os mais caros do mundo, o que os torna uma atração à parte ao jogo, além do show do intervalo –que neste ano foi protagonizado pela cantora Rihanna.
O fim dos anúncios cripto marca uma reversão do processo de ostentação das empresas do setor, que envolveram também compra de “naming rights” (direitos sobre nomes de estádios) e contratação de astros do cinema para as propagandas.
Durante o ano passado, quando o Fed começou a subir os juros, um período caracterizado como “inverno cripto” atingiu o setor, derrubando as cotações de criptomoedas e desembocando na falência da FTX, que era uma das maiores corretoras criptos do mundo e anunciou no SuperBowl de 2022.
Em números: os comerciais de 30 segundos para o jogo deste ano foram vendidos por mais de US$ 6 milhões (R$ 31,5 milhões), e em alguns casos por mais de US$ 7 milhões (R$ 36,7 milhões).
A Fox, que transmitiu o jogo neste ano, espera faturar US$ 600 milhões (R$ 3,1 bilhões) com a partida.
**STARTUP DA SEMANA: ARTHUR MINING**
O quadro traz às segundas o raio-x de uma startup que recebeu aporte recentemente.
A startup: fundada em 2017 nos EUA por brasileiros, a startup aposta na “mineração verde” de bitcoins e deve chegar ao Brasil neste ano.
A mineração de bitcoins envolve uma rede de computadores de alto poder de processamento para resolver cálculos matemáticos complexos e liberar novas moedas no mercado.
Em números: a empresa anunciou na última semana ter recebido um aporte de US$ 4,6 milhões (R$ 24,1 milhões) e foi avaliada em US$ 100 milhões.
Quem investiu: o aporte foi feito por familly offices, fundos que fazem a gestão de fortunas de famílias abastadas.
Que problema resolve? A startup tem como diferencial a “mineração verde” de bitcoin, aproveitando como fonte de energia o gás que é gerado no processo de extração de petróleo.
Por que é destaque: a empresa atua para solucionar um “calcanhar de aquiles” do bitcoin, o alto uso de energia –muitas vezes fóssil– para abastecer os computadores que mineram a cripto.
A semana em resumo
Foram oito rodadas anunciadas por startups da América Latina na última semana, com US$ 61,3 milhões (R$ 321 milhões) captados.
Os dados foram fornecidos pela plataforma Sling Hub.
**AMERICANAS PROMETE ‘MAIOR PÁSCOA DO MUNDO’**
Apesar de tudo, a Americanas promete manter a tradição de ser a maior varejista de ovos de páscoa do país.
Serão 13 milhões de ovos de chocolate, dos quais quase metade da marca própria, a D’elicce, e mais os chocolates da linha regular, segmento importante de vendas da rede.
A varejista promete promover a “maior Páscoa de todos os tempos”.
Com a recuperação judicial, porém, algumas coisas mudaram. Os ovos, que antes eram faturados pela varejista entre 15 dias a um mês após a data, agora são pagos à vista e de maneira antecipada.
Essa é a estratégia adotada pelos fornecedores depois que a companhia entrou em recuperação judicial.
A importância das vendas de Páscoa para a varejista foi citada até mesmo no pedido de recuperação judicial encaminhados à Justiça do Rio de Janeiro no dia 19 de janeiro.
Mais sobre a Americanas:
Veja onde estão os ex-CEOs da varejista, um mês depois do escândalo de R$ 20 bilhões.
“Lojas seguem abertas e com prateleiras cheias”, afirma presidente da companhia.
“Americanas arquitetou fraude colossal perpetrada por uma quadrilha”, diz BR Partners.
Companhia revisa lista de credores e dívida aumenta de R$ 41 bilhões para R$ 42,5 bilhões.
**RENDA FIXA SEGUE DOMINANTE**
Muda o ano, mas não a estratégia de investimentos. Com os sinais de que a Selic deve cair pouco ou nem sair do lugar neste ano, os títulos de renda fixa seguem como maior atrativo para a carteira recomendada pelos especialistas para 2023.
Títulos públicos, bancários e emitidos por grandes empresas do tipo pós-fixado, que acompanham o rendimento entregue pela taxa básica de juros, e os indexados à inflação, que oferecem uma taxa prefixada mais a variação do IPCA, estão entre os mais recomendados.
E a Bolsa? Segue como um fator importante de diversificação, destacam os analistas, até para o investidor não correr o risco de perder algum movimento inesperado de forte e rápida recuperação dos mercados.
De olho lá fora: os especialistas reforçam que o investimento em dólar ou em ativos no exterior deve fazer parte do planejamento dos investidores.
Em 2022, o estoque de investimento em ações no exterior caiu cerca de 20%, para US$ 40 bilhões, segundo dados do Banco Central.
Foi realmente o ano da renda fixa: o valor aplicado em títulos de dívida nos EUA cresceu quase 25%, para US$ 13,5 bilhões.
Mais sobre investimentos
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Fonte: Paraíba Online